São Paulo, domingo, 15 de abril de 2001

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Detentos de presídio em Cuiabá mantêm 150 pessoas como reféns

CELSO BEJARANO JR.
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA

O governo do Estado de Mato Grosso informou ontem que não vai atender as exigências dos 368 presos da Penitenciária Regional do Carumbé, em Cuiabá, rebelados desde quinta-feira. Até as 21h de ontem, os detentos mantinham 150 pessoas como reféns. Eles exigiam como prioridade a saída do diretor do presídio, Elpídio Onobre Claro, que está no cargo há um mês.
A rebelião teve início quando os detentos recebiam visitas. Com exceção de quatro agentes penitenciários, os reféns são parentes dos presos. Entre eles estão 97 mulheres, 42 crianças e 7 homens.
Anteontem à noite, 14 reféns foram liberados, dez mulheres e quatro crianças. Ontem, o clima entre os familiares mantidos como reféns era de tensão.
"Minha mãe ficou lá depois de visitar meu irmão. Ela desmaiou quatro vezes, porque não está tomando o remédio para pressão. Ela quer sair, mas os presos não deixam", afirmou a dona-de-casa que se identificou somente como Elenir. O estoque de água e comida estava no fim.
"Não existe acordo com preso. Essa é a recomendação do governo", afirmou o secretário de Segurança, Benedito Corbelino.
O tenente-coronel Antônio Moraes, responsável pela segurança externa do presídio, disse que o detento João Carlos do Nascimento, o JC, que seria integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi quem liderou o motim. Ele e mais seis presos, armados com revólveres e pistolas, trancaram o portão de entrada da visita e anunciaram a rebelião.


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