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Publicitários querem propor zoneamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Corre nas agências de publicidade paulistanas uma espécie
de lei da mordaça. Ninguém fala, ao menos abertamente, sobre as alternativas que o meio
busca para compensar as perdas com o banimento da publicidade externa na cidade de São
Paulo.
Sob a condição de anonimato, a Folha ouviu profissionais
de algumas das mais premiadas
agências do país. A categoria
criou uma comissão para avaliar saídas à proibição e propor
um zoneamento de São Paulo
de modo a permitir que determinadas áreas, como as avenidas Paulista e Faria Lima, por
exemplo, possam ter a possibilidade de manter o loteamento
publicitário.
A reportagem ouviu relatos
de que as agências vivem um
processo de reavaliação, com
consumidores cada vez menos
expostos aos meios de comunicação tradicionais, como revistas, jornais e TV. Segundo os
publicitários, a readequação
dos veículos já é evidente, e
campanhas interativas na internet, por exemplo, crescem à
primeira vista.
A categoria diz acreditar que
haverá uma regularização na
cidade e que, bem ou mal, a
propaganda gera negócios. Os
outdoors eram o que o jargão
publicitário chama de "mídia
de categoria A", ao lado da TV e
meios impressos. Mas a propaganda, dizem, não vive exclusivamente da mídia externa.
Segundo publicitários, a lei
Cidade Limpa foi feita sem critérios, discussão nem debates,
de forma impositiva.
"A redução na dimensão e na
quantidade das marcas que
aparecem nas fachadas lança
um desafio para comunicação.
Melhor se sairão aquelas que
investirem em códigos visuais
arquitetônicos. Em vez de
agressivas, as marcas terão que
ser sedutoras", avalia o designer Danilo Cid.
Capitais do mundo
Não por coincidência, alertam os urbanistas, a qualidade
de vida é melhor nas cidades
em que há regras rígidas para o
mobiliário urbano. Em Paris,
por exemplo, os anúncios são
proibidos em parques e prédios
históricos. Desde o ano passado
vigora na capital francesa um
plano de urbanismo que limita
entre 25 e 37 metros a altura
máxima dos edifícios.
Nova York, nos Estados Unidos, e Londres, na Inglaterra,
são exemplos de cidades que
criaram zoneamentos específicos para diferentes bairros. O
que rege o visual frenético de
Times Square e de Piccadilly
Circus não vale para o Village
ou para o Chelsea.
Madri, capital da Espanha,
regula a publicidade de sua
Gran Vía, o corredor de compras que vai da praça Cibeles à
praça da Espanha.
Em Roma, na Itália, a cidade
está livre de arranha-céus, uma
vez que a altura das construções está limitada já há 124
anos. No centro histórico romano, nada pode ultrapassar a
cúpula da Basílica de São Pedro.
(VQG)
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