São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2008

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No interior de SP, presas usam vinagre em fuga

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Um grupo de detentas usou vinagre para dominar um carcereiro e fugir anteontem à noite da cadeia de Pradópolis (320 km de São Paulo).
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, um carcereiro se preparava para servir o jantar, por volta das 18h30, quando as presas lançaram vinagre em seus olhos. O líquido, um subproduto do álcool, também conhecido como ácido acético, provoca irritação nos olhos e dificulta temporariamente a visão.
Para entregar as marmitas, o carcereiro havia aberto o portão que dá acesso às celas. Além do vinagre, as presas jogaram um pano sobre a cabeça do carcereiro. Com o policial desorientado, segundo a secretaria, sete presas deixaram a cadeia pela porta da frente.
Seis das sete fugitivas foram recapturadas logo após deixarem a cadeia, ainda na zona urbana de Pradópolis -cidade de 15.170 habitantes. Outra presa seguia foragida ontem à noite.
A cadeia de Pradópolis tem capacidade para 24 presas, mas abrigava 62 no momento da fuga. Segundo a Polícia Militar, no entanto, nunca houve nenhuma fuga coletiva da unidade. A Folha tentou ouvir o delegado Benedito de Castro Filho, responsável pela unidade, mas ele estava em reunião durante todo o dia e não pôde atender a reportagem.

300 feridos
A rebelião no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto (314 km da capital), que terminou na madrugada de sábado com dois presos mortos, não teve um balanço oficial de feridos divulgado pelo governo do Estado. A OAB fala em 300 presos feridos.
A estimativa baseia-se em atendimentos de presos na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do bairro Castelo Branco, em Ribeirão -a unidade mais próxima do CDP-, na UBDS Central da cidade e em relatos de familiares, que acompanham a entrada e a saída diária de ambulâncias na unidade. Já as mulheres dos presos falam em 200 feridos.
O governo do Estado decidiu acentuar a concentração de presos na unidade, uma das mais superlotadas de São Paulo. Com a destruição parcial do prédio, construído para abrigar 525 pessoas, os cerca de 1.200 detentos foram colocados em dois dos quatro raios, onde cabem 262 homens. "O CDP sempre foi lotado.
Cada um dos dois raios foi feito para conter pouco mais de cem detentos e estão com mais de 500", disse Ana Paula de Mello, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).


Colaborou JULIANA COISSI , da Folha Ribeirão.


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