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No interior de SP, presas usam vinagre em fuga
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Um grupo de detentas usou
vinagre para dominar um carcereiro e fugir anteontem à noite da cadeia de Pradópolis (320
km de São Paulo).
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, um
carcereiro se preparava para
servir o jantar, por volta das
18h30, quando as presas lançaram vinagre em seus olhos.
O líquido, um subproduto do
álcool, também conhecido como ácido acético, provoca irritação nos olhos e dificulta temporariamente a visão.
Para entregar as marmitas, o
carcereiro havia aberto o portão que dá acesso às celas. Além
do vinagre, as presas jogaram
um pano sobre a cabeça do carcereiro. Com o policial desorientado, segundo a secretaria,
sete presas deixaram a cadeia
pela porta da frente.
Seis das sete fugitivas foram
recapturadas logo após deixarem a cadeia, ainda na zona urbana de Pradópolis -cidade de
15.170 habitantes. Outra presa
seguia foragida ontem à noite.
A cadeia de Pradópolis tem
capacidade para 24 presas, mas
abrigava 62 no momento da fuga. Segundo a Polícia Militar,
no entanto, nunca houve nenhuma fuga coletiva da unidade. A Folha tentou ouvir o delegado Benedito de Castro Filho, responsável pela unidade,
mas ele estava em reunião durante todo o dia e não pôde
atender a reportagem.
300 feridos
A rebelião no CDP (Centro
de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto (314 km da capital), que terminou na madrugada de sábado com dois presos
mortos, não teve um balanço
oficial de feridos divulgado pelo
governo do Estado. A OAB fala
em 300 presos feridos.
A estimativa baseia-se em
atendimentos de presos na
UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do bairro Castelo
Branco, em Ribeirão -a unidade mais próxima do CDP-, na
UBDS Central da cidade e em
relatos de familiares, que
acompanham a entrada e a saída diária de ambulâncias na
unidade. Já as mulheres dos
presos falam em 200 feridos.
O governo do Estado decidiu
acentuar a concentração de
presos na unidade, uma das
mais superlotadas de São Paulo. Com a destruição parcial do
prédio, construído para abrigar
525 pessoas, os cerca de 1.200
detentos foram colocados em
dois dos quatro raios, onde cabem 262 homens.
"O CDP sempre foi lotado.
Cada um dos dois raios foi feito
para conter pouco mais de cem
detentos e estão com mais de
500", disse Ana Paula de Mello,
presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Colaborou JULIANA COISSI , da Folha Ribeirão.
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