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Preservação da Amazônia foi a principal bandeira
DA REPORTAGEM LOCAL
A formação de uma consciência ecológica no Brasil deve
ser, em boa medida, creditada
ao ambientalista José Lutzenberger. Gaúcho de Porto Alegre, onde nasceu em 17 de dezembro de 1926, filho de imigrantes alemães, Lutzenberger,
quase 30 anos atrás, introduziu
na sociedade brasileira muitas
das questões que hoje são temas familiares, como combate
à poluição, preservação de espécies vegetais e animais e efeito estufa.
Quando questionado sobre o
que o teria levado a se dedicar à
militância ambiental, Lutzenberger costumava lembrar o
seguinte episódio: "Certa vez
acompanhei um francês que
cobria mais de cem hectares de
macieiras com veneno. Perguntei se ele não tinha medo.
Com naturalidade, o francês
respondeu que não sentia medo, pois não era ele quem comia as maçãs. Para mim, que
vendia o veneno, foi um choque tão grande que me demiti
[da multinacional Basf" e voltei
para o Brasil".
Foram suas manifestações
sobre o uso indiscriminado de
agrotóxicos que lhe renderam
projeção nacional e alimentaram fama de encrenqueiro.
Lutzenberger inspirou a primeira legislação do país sobre o
uso de defensivos.
Desmistificou a expressão
politicamente correta "defensivo agrícola", consagrando o
termo agrotóxico. Comandou
pessoalmente a apreensão de
produtos perigosos, comprou
brigas com agrônomos e fabricantes de agrotóxicos e adubos.
Desde o final dos anos 1970,
Lutzenberger defendeu com
veemência a preservação da
Amazônia. Suas manifestações
foram, no entanto, polêmicas.
Chegou a pressionar o Banco
Mundial para que suspendesse
empréstimos ao Brasil para a
construção da BR-364, na
Amazônia, enquanto não fossem realizados estudos de impacto ambiental da obra.
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