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RIO
Furo em embarcação da Petrobras causou acidente na baía de ilha Grande
Navio vaza 16 mil litros de petróleo
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
Pelo menos 16 mil litros de óleo
cru vazaram anteontem de um
navio da Petrobras ancorado no
terminal da estatal na baía de ilha
Grande, em Angra dos Reis (município a 150 km do Rio).
De acordo com a empresa, o vazamento começou às 17h20 e foi
estancado três horas depois. O petróleo vazou de um furo no tanque principal do navio "Brotas",
que, no momento do acidente, estava sendo abastecido. O furo teria sido provocado por corrosão.
Ambientalistas disseram que o
óleo se espalhou por 20 km ao
longo da costa, atingindo costões
rochosos.
"O vazamento chegou até os
costões, onde há muita vida marinha. Como os costões são de difícil acesso, a limpeza é praticamente impossível de ser feita. Por
isso é grave a situação", disse Odir
Barbosa Duarte, presidente da
ONG Associação de Movimentos
Ambientalistas de Angra dos
Reis. Ele definiu o vazamento como "uma catástrofe ambiental".
Duarte afirmou que a quantidade de óleo vazado é maior do que
a divulgada pela Petrobras.
"A Petrobras está dando a
quantidade medida agora [ontem
à tarde". Só que, com o sol e os
ventos fortes, muita coisa já evaporou desde ontem [anteontem"", afirmou.
A Petrobras informou, por
meio de nota oficial, que o vazamento dos cerca de 16 mil litros de
óleo originaram duas grandes
manchas, além de algumas pequenas manchas isoladas.
Segundo a Petrobras, o vazamento não atingiu as praias e não
oferece riscos ao meio ambiente,
porque o óleo não teria chegado
ao fundo do mar.
O navio, com capacidade para
armazenar 90 mil toneladas de
óleo, tem 16 anos e havia passado
por sua última "docagem" (inspeção) em 2000.
Bonny
De acordo com a Petrobras, o
"Brotas" não é um navio velho,
pois a vida útil média de uma embarcação do tipo é de 25 anos.
Segundo a estatal, o petróleo
que vazou é do tipo Bonny 3, leve
e de fácil evaporação. Por ser leve,
não afunda facilmente e forma
manchas finas, denominadas "filme", na superfície.
A empresa informou que, imediatamente após a constatação do
vazamento, foi acionado um plano de emergência. Um barco de
combate a derramamentos de
óleo teria sido deslocado para o
terminal.
Recolhedores mecânicos, bombas de sucção, barreiras absorventes e de contenção foram usados para evitar que o óleo se espalhasse. Ao todo, 500 homens e 63
embarcações trabalharam no
combate ao vazamento.
Técnicos da Feema (Fundação
Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente), do Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recurso Naturais Renováveis), da Capitania dos Portos e da
Defesa Civil sobrevoaram a área
ontem. As instituições estudam se
haverá aplicação de multa contra
a Petrobras. Até as 19h de ontem
ainda não havia uma decisão.
A ANP (Agência Nacional do
Petróleo) enviou dois técnicos para avaliar as causas do acidente.
Conforme os resultados, a agência reguladora também poderá
multar a estatal.
O diretor do condomínio Portogalo, Roberto Bonfim, disse que,
se o trabalho de recolhimento do
óleo for bem feito, o vazamento
não prejudicará as praias e o turismo na região. Portogalo é um dos
muitos condomínios de luxo perto do terminal da Petrobras.
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