São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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VIOLÊNCIA

Prédio do governo do Rio sofre ataque

DA SUCURSAL DO RIO

O prédio da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio foi atacado a tiros de fuzil às 21h30 de ontem por homens que passaram em duas motocicletas e em um táxi. Eles também atiraram uma granada no edifício.
Um segurança da secretária Wânia Sant'Anna foi baleado no peito e está hospitalizado. Três carros estacionados perto foram danificados por tiros e estilhaços.
Os criminosos deixaram dois cartazes, colados um no outro, na frente do prédio, na rua Barão de Itambi, em Botafogo (zona sul). O cartaz maior dizia: "Chega de opressão. Daqui "pra" frente qualquer ação arbitrária com nossos irmãos na cadeia será dada a resposta à altura (na bala)". O segundo cartaz trazia como assinatura as siglas "CV-RL-PJ".
CV significa Comando Vermelho, uma das facções criminosas em ação no Rio. RL são as iniciais de Rogério Lemgruber, o Bagulhão, um dos fundadores da facção, morto na década passada. PJ é a abreviatura de "paz e justiça", lema do CV.
No prédio atacado funciona uma repartição do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário). No momento do ataque, a secretária estava em seu gabinete.
"Foi um choque. Vamos tomar providências", disse Wânia à Folha minutos depois do ataque.
Integrante da equipe de seguranças da secretária, o cabo Sidney Saldanha, do Corpo de Bombeiros, foi baleado no peito. Ele foi levado para o Hospital Souza Aguiar, que até as 23h não havia fornecido informações sobre o estado de saúde da vítima.
Ao ser informada do episódio, a governadora Benedita da Silva (PT) convocou para as 12h de hoje uma reunião com o secretário da Segurança, Roberto Aguiar, o comandante da PM (Polícia Militar), Francisco Braz, e o chefe da Polícia Civil, Zaqueu Teixeira.
A assessoria da governadora informou que, apesar de preocupada, ela não se surpreendeu com o ataque, porque já esperava uma retaliação das facções criminosas à política de segurança implantada por seu governo.
Na fuga, os criminosos atiraram contra uma cabine policial e num carro da PM. Houve tiroteio no túnel Santa Bárbara, na pista Laranjeiras-Catumbi. O túnel foi fechado por cerca de 20 minutos, mas os criminosos escaparam.
O secretário estadual da Justiça, Paulo Saboya, considerou o ataque "um atentado, uma coisa muito grave".
O chefe da Polícia Civil anunciou, pelo assessor Renato Barone, que não comentaria o ataque porque já estava em casa. O secretário Roberto Aguiar e o comandante da PM foram para o local.



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