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VIOLÊNCIA
Prédio do governo do Rio sofre ataque
DA SUCURSAL DO RIO
O prédio da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio foi
atacado a tiros de fuzil às 21h30 de
ontem por homens que passaram
em duas motocicletas e em um táxi. Eles também atiraram uma
granada no edifício.
Um segurança da secretária
Wânia Sant'Anna foi baleado no
peito e está hospitalizado. Três
carros estacionados perto foram
danificados por tiros e estilhaços.
Os criminosos deixaram dois
cartazes, colados um no outro, na
frente do prédio, na rua Barão de
Itambi, em Botafogo (zona sul). O
cartaz maior dizia: "Chega de
opressão. Daqui "pra" frente qualquer ação arbitrária com nossos
irmãos na cadeia será dada a resposta à altura (na bala)". O segundo cartaz trazia como assinatura
as siglas "CV-RL-PJ".
CV significa Comando Vermelho, uma das facções criminosas
em ação no Rio. RL são as iniciais
de Rogério Lemgruber, o Bagulhão, um dos fundadores da facção, morto na década passada. PJ
é a abreviatura de "paz e justiça",
lema do CV.
No prédio atacado funciona
uma repartição do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário). No momento do ataque, a
secretária estava em seu gabinete.
"Foi um choque. Vamos tomar
providências", disse Wânia à Folha minutos depois do ataque.
Integrante da equipe de seguranças da secretária, o cabo Sidney Saldanha, do Corpo de Bombeiros, foi baleado no peito. Ele foi
levado para o Hospital Souza
Aguiar, que até as 23h não havia
fornecido informações sobre o estado de saúde da vítima.
Ao ser informada do episódio, a
governadora Benedita da Silva
(PT) convocou para as 12h de hoje
uma reunião com o secretário da
Segurança, Roberto Aguiar, o comandante da PM (Polícia Militar), Francisco Braz, e o chefe da
Polícia Civil, Zaqueu Teixeira.
A assessoria da governadora informou que, apesar de preocupada, ela não se surpreendeu com o
ataque, porque já esperava uma
retaliação das facções criminosas
à política de segurança implantada por seu governo.
Na fuga, os criminosos atiraram
contra uma cabine policial e num
carro da PM. Houve tiroteio no
túnel Santa Bárbara, na pista Laranjeiras-Catumbi. O túnel foi fechado por cerca de 20 minutos,
mas os criminosos escaparam.
O secretário estadual da Justiça,
Paulo Saboya, considerou o ataque "um atentado, uma coisa
muito grave".
O chefe da Polícia Civil anunciou, pelo assessor Renato Barone, que não comentaria o ataque
porque já estava em casa. O secretário Roberto Aguiar e o comandante da PM foram para o local.
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