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São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

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ADMINISTRAÇÃO

Em enfrentamento com a Guarda Municipal, 13 funcionários grevistas e sindicalistas também foram detidos

Confronto em Campinas fere seis servidores

PAULO REDA
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Uma manifestação dos servidores públicos municipais de Campinas (95 km de São Paulo) acabou com um saldo de 13 líderes sindicais e servidores detidos e pelo menos seis feridos durante confronto com a Guarda Municipal, ontem, no Paço. A cidade é administrada pelo PT.
O coordenador do sindicato dos servidores, Fábio Custódio, ficou cerca de três horas algemado em um carro da Guarda Municipal, na garagem da prefeitura, antes de ser encaminhado ao 1º Distrito Policial.
Além de dirigente sindical, Custódio também é membro da executiva municipal do PC do B, partido que compõe a base aliada da administração.
Em assembléia realizada no início da noite de ontem, os servidores decidiram iniciar uma greve a partir da 0h de hoje, por tempo indeterminado.
A categoria reivindica um reajuste de 30% para os salários e um gatilho toda vez que a inflação ultrapassar 5%.
Esse foi o mais violento confronto entre servidores municipais e a administração desde o início do governo petista, em 2001, em Campinas.
Às 6h30 de ontem, os servidores iniciaram piquetes no Paço e na entrada que dá acesso à garagem dos secretários e da Câmara.
O primeiro tumulto ocorreu por volta das 7h15, quando alguns manifestantes quiseram impedir que o presidente da Câmara, Carlos Signorelli (PT), entrasse na garagem. Depois de muita discussão, a passagem dele foi liberada.
Logo depois, a perua de som do sindicato foi guinchada, o que deu início a um confronto entre grevistas e guardas.
Eunice Xavier Cerqueira, diretora do sindicato, e Adauto Anunciação, assessor do vereador Sérgio Benassi (PC do B), tiveram luxação nos braços.
Outros quatro manifestantes, incluindo o adolescente Roberto Donizeti Benedeti Júnior, 16, filho de Vera de Jesus, diretora do sindicato, sofreram ferimentos leves.

Outro lado
A prefeita Izalene Tiene (PT) isentou os guardas municipais e responsabilizou os sindicalistas pela confusão.
Na avaliação dela, não houve truculência na ação da Guarda Municipal. "Os manifestantes impediram a entrada de trabalhadores e agrediram guardas municipais, o que justificou a reação", disse Izalene Tiene.
De acordo com a secretária de Governo e Gabinete, Laura Camara Marcondes, durante todo o confronto a Guarda Municipal manteve uma postura defensiva.


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