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"Celular hoje é mais perigoso do que uma arma"
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor do Departamento de Investigações sobre
Crime Organizado, Godofredo Bittencourt, reconheceu ontem o descontrole sobre a entrada de celulares
nos presídios e defendeu que
operadoras de telefonia cortem a comunicação por
meio desses aparelhos nas
regiões nas prisões.
Segundo Bittencourt, os
contatos por telefone móvel
são um dos principais obstáculos no combate aos ataques feitos em São Paulo.
"Eu considero o celular
mais perigoso que uma arma. Toda cadeia tem celular.
Nós estamos brigando, e pedindo para as operadoras,
isso faz mais de um, dois
anos, para que se faça bloqueio dentro da cadeia",
afirmou o diretor.
De acordo com Bittencourt, as operadoras vêm
apresentando dificuldade
técnicas que ele afirma "não
entender". "A verdade é que
não se preocuparam, não
evitaram, não conseguiram
até hoje que o celular não fale dentro da cadeia. Eu tenho
até uma idéia bem radical.
Por que não parar de falar
em celular pelo menos 10, 15
dias para que a polícia possa
combater o que está acontecendo? Vamos cortar a comunicação de preso", afirmou ainda Bittencourt durante entrevista coletiva.
"Vamos fazer com que essas
operadoras inutilizem essas
ERBs todinhas. Vai prejudicar? Vai. Morador rico, pobre, mas o interesse social é
muito maior. Existe estratégia de guerra", continuou
em referência às Estações
Rádio-Base (ERB), que encaminham as ligações de celulares.
Pressão
O diretor disse que cabe a
todos os níveis de governo,
ao Legislativo e ao Ministério Público pressionar para
que as empresas de telefonia
cortem os sinais dos celulares nos presídios.
Segundo Bittencourt, o
procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Rodrigo Pinho, já se colocou à disposição do governo do Estado.
Questionados sobre a existência de funcionários corruptos nas forças de segurança -que poderiam permitir a entrada indevida de
celulares, por exemplo, entre
outras irregularidades-,
Bittencourt Filho e o comandante da PM, Elizeu Borges,
disseram que é "utopia"
querer ter os serviços totalmente livres de corrupção.
(AC e FL)
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