São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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"Celular hoje é mais perigoso do que uma arma"

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado, Godofredo Bittencourt, reconheceu ontem o descontrole sobre a entrada de celulares nos presídios e defendeu que operadoras de telefonia cortem a comunicação por meio desses aparelhos nas regiões nas prisões.
Segundo Bittencourt, os contatos por telefone móvel são um dos principais obstáculos no combate aos ataques feitos em São Paulo.
"Eu considero o celular mais perigoso que uma arma. Toda cadeia tem celular. Nós estamos brigando, e pedindo para as operadoras, isso faz mais de um, dois anos, para que se faça bloqueio dentro da cadeia", afirmou o diretor.
De acordo com Bittencourt, as operadoras vêm apresentando dificuldade técnicas que ele afirma "não entender". "A verdade é que não se preocuparam, não evitaram, não conseguiram até hoje que o celular não fale dentro da cadeia. Eu tenho até uma idéia bem radical. Por que não parar de falar em celular pelo menos 10, 15 dias para que a polícia possa combater o que está acontecendo? Vamos cortar a comunicação de preso", afirmou ainda Bittencourt durante entrevista coletiva. "Vamos fazer com que essas operadoras inutilizem essas ERBs todinhas. Vai prejudicar? Vai. Morador rico, pobre, mas o interesse social é muito maior. Existe estratégia de guerra", continuou em referência às Estações Rádio-Base (ERB), que encaminham as ligações de celulares.

Pressão
O diretor disse que cabe a todos os níveis de governo, ao Legislativo e ao Ministério Público pressionar para que as empresas de telefonia cortem os sinais dos celulares nos presídios.
Segundo Bittencourt, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, já se colocou à disposição do governo do Estado.
Questionados sobre a existência de funcionários corruptos nas forças de segurança -que poderiam permitir a entrada indevida de celulares, por exemplo, entre outras irregularidades-, Bittencourt Filho e o comandante da PM, Elizeu Borges, disseram que é "utopia" querer ter os serviços totalmente livres de corrupção. (AC e FL)


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