São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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Presos do MS fazem rebeliões de apoio ao PCC

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)

Internos de quatro presídios do Mato Grosso do Sul começaram ontem rebeliões "cumprindo ordem do PCC", segundo o Comando Geral da PM. Até o fim da tarde havia 14 funcionários de presídios reféns.
A PM informou, à noite, que há um agente refém ferido na barriga com um golpe de chucho (faca artesanal) no presídio de Campo Grande. Seis presos ficaram feridos também, mas foram liberados do motim.
Como não entrou no presídio, a PM não confirma mortes de presos. Familiares visitantes que conseguiram sair teriam falado em quatro assassinatos.
Por volta de 21h, presos rebelados em Campo Grande e Dourados suspenderam a negociação com a PM. Eles estariam seguindo uma orientação do PCC. Ao menos 250 visitantes continuavam no presídio de Dourados para tentar evitar a invasão por policiais militares.
O diretor-geral da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário), Luiz Carlos Telles, afirmou que "vários presos" de Mato Grosso do Sul são ligados ao PCC e que uma equipe de negociação recebeu informação de que rebeliões ocorreram em solidariedade àquela facção criminosa.
No presídio de segurança máxima de Campo Grande, onde estão presos 1.400 homens, três agentes eram reféns. Em Dourados, com cerca de 1.400 presos, havia sete reféns. Em Três Lagoas, três agentes e uma enfermeira ficaram em poder dos presos, segundo a Agepen.
No Paraná, a PM informou que aconteceram rebeliões ontem em presídios de Foz do Iguaçu e Cascavel, no oeste do Estado. Presos teriam tentado se rebelar em Toledo e Assis Chateaubriand, mas a polícia não confirmou as ocorrências. A Polícia Civil de Foz diz desconhecer ligação de presos do "cadeião" com o PCC, mas disse que o local tem detentos de todo o país.
O comandante da Polícia Militar de São Paulo, Eliseu Eclair, afirmou, na noite de ontem, que a revolta comandada pelo PCC atingiu penitenciárias nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Alagoas. "Isso prova que a preocupação não é só no Estado de São Paulo", afirmou.


Colaborou a Reportagem Local


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