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Ex-secretário pede penas mais severas
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os ataques empreendidos pelo
PCC (Primeiro Comando da Capital) aos policiais representam,
na avaliação do procurador de
Justiça Marco Vinício Petrelluzzi,
um ataque contra a própria sociedade democrática.
Por esse motivo, argumentou,
crimes contra policiais deveriam
ter penas mais severas, já que o
policial, segundo ele, é "a personificação do Estado de Direito". Petreluzzi foi secretário de Segurança Pública de São Paulo entre 1999
e 2002.
Leia, a seguir, entrevista concedida à Folha:
Folha - Qual o significado desses
ataques do PCC?
Marco Vinício Petrelluzzi - Para
mim, essas são ações similares a
ataques terroristas, com todo o
significado que a expressão terrorista possui. É preciso criar uma
tipificação de crime mais grave
para homicídios contra policiais,
pois o policial é a personificação
do Estado de Direito. Apenas o
Estado tem o monopólio do uso
da força. Um atentado contra um
policial é um atentado contra toda
a sociedade democrática.
Folha - Onde o Estado falhou para evitar essas ações?
Petrelluzzi - Não vejo falha do
Estado. Os responsáveis são os
criminosos. Eles estão atuando
dessa forma justamente porque a
polícia está agindo fortemente
contra eles. Esses bandidos têm
uma visão equivocada de que
conseguirão controlar a sociedade com esse tipo de violência. Não
conseguirão. Pode até haver um
recrudescimento da violência
contra policiais, mas a polícia lutará até o último homem.
Folha - Como uma nova legislação poderia ajudar a reprimir esse
tipo de crime?
Petrelluzzi - É preciso criar penas mais severas para que o Estado tenha a possibilidade de agir
com mais rigor. Temos que criar
rapidamente uma nova legislação
para tipificar essas condutas terroristas. O terrorismo não é apenas uma ação com substrato político. No caso dos homicídios contra policiais, poderia ser criada
uma lei extraordinária para se
acrescentar ao código penal. O
momento político é muito favorável a isso.
Folha - O sr. acredita que o Estado falhou em coibir o uso de celulares nos presídios?
Petrelluzzi - É muito difícil para
o Estado conseguir fazer licitações
para equipamentos que bloqueiem os celulares na mesma velocidade do desenvolvimento de
novas tecnologias. Está na hora de
as operadoras de celulares encontrarem uma solução tecnológica
para que os celulares não funcionem dentro dos presídios. A iniciativa privada também tem que
se envolver no combate ao crime.
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