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Praça reaparece, mas camelôs migram para ruas vizinhas no Brás
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com grama replantada, bancos de ferro e banheiros públicos revestidos de granito (reforma de R$ 1 milhão paga com
ajuda dos lojistas do Brás), o
largo da Concórdia, na região
central de São Paulo, reinventa sua imagem: antes, visto de
cima, era um mar de lonas
azuis; hoje, visto do chão, é
uma praça arborizada na qual
jovens fazem pausa para leitura e clientes descansam entre
uma compra e outra.
Na semana passada, a Subprefeitura da Mooca concluiu
a redistribuição de TPUs (Termos de Permissão de Uso) para os cerca de 250 ambulantes
que tinham autorização para
ocupar o largo. Eles foram retirados de lá em 2006 e transferidos para ruas próximas, como a Ministro Firmino Whitaker e a Sayão Lobato.
Os documentos renovados
têm foto dos donos e localização da barraca, para mostrar
que os camelôs podem trabalhar naquele local.
Já os donos das mais de 700
bancas que estavam irregulares não foram contemplados.
"Por enquanto, não vamos
emitir novos TPUs", diz o subprefeito, Eduardo Odloak.
"Temos antes que retirar
quem está irregular, ver o espaço que sobra e aí sim pensar
em regularizar mais gente."
Reforma
A reforma do largo da Concórdia custou R$ 1 milhão -R$
600 mil pagos pela prefeitura e
R$ 400 mil pelos lojistas. Foram instalados 1.300 metros
de cerca para proteger a área
verde, que tem 1.500 m2 de arbustos e grama e 120 novas árvores. Os banheiros estão em
bom estado de conservação.
"Aqui dava medo de passar.
Agora curti, ficou legal", diz o
estudante Juliano Batista, 17,
com os fones de um walkman
no ouvido e uma apostila da
escola na mão.
"O largo ficou mais bonito,
mas as minhas vendas caíram
muito. Antes, eu conseguia
uns R$ 5.000 por mês. Agora,
vendo só uns R$ 2.000", diz
Nailde Silva, 37, dona de uma
barraca de roupas infantis, que
foi transferida para a rua
Oriente, a cinco quadras do
antigo ponto. "Lá [no largo],
passa muito mais gente porque é perto da estação [de metrô e trem] do Brás."
"Consegui um ponto bom e
vendo a mesma coisa", diz Fábio Ferreira, 22, que instalou
em uma rua em frente ao Concórdia sua banca de meias, encostada em duas barraquinhas
de roupas. A junção de barracas, comum na região, é ilegal.
Elas devem ficar a uma distância de 10 m e não podem ser
montadas em frente a pontos
de ônibus, farmácias e guias
rebaixadas.
"Quando retiramos os ambulantes do largo, os ratos que
pulavam eram impressionantes, enormes. Pareciam quatis", diz o subprefeito.
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