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Entidade tenta barrar alta de plano de saúde
Operadoras de convênios médicos reivindicam um reajuste de 9%, mas ONGs defendem que aumento não passe de 3%
ANS deve divulgar o novo índice até o final do mês;
para os órgãos de defesa
do consumidor, os custos
não aumentaram tanto
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
As entidades de defesa do
consumidor já começaram a
pressionar a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)
para que o reajuste dos planos
de saúde individuais ou familiares não passe de 3%. As operadoras, porém, defendem um
índice de 9%. Até o fim do mês,
a agência, que é responsável
por regular o setor, deve divulgar o novo reajuste.
A Pro Teste, uma dessas entidades, participou de audiências
públicas com a agência e já protocolou ofícios pedindo que o
índice não seja abusivo. "Um
aumento de 3% é o que consideramos justo para o consumidor já que a inflação ficou em
torno disso e o reajuste para
aposentados foi de 3,3%", explica Samasse Leal, advogada
da entidade e especialista em
planos de saúde.
Segundo ela, não há justificativa para os 9% porque o custo
médico não aumentou tanto
em um ano, os profissionais da
saúde não tiveram grandes ganhos salariais e, além disso, o
material importado ficou mais
barato porque o dólar caiu.
O Idec, outro órgão que representa consumidores, também é contra os 9%. "Não temos um cálculo de quanto seria
ideal porque não há transparência na divulgação dos gastos
das operadoras. O que sabemos
é que a proposta das operadoras é muito alta", diz Daniela
Trettel, advogada do Idec e integrante do Conselho Nacional
de Saúde.
Na semana passada, o instituto divulgou uma pesquisa baseada nos últimos reajustes autorizados pela ANS e nos índices de inflação medidos pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) que mostra que, entre 2000 e 2006, os planos de
saúde aumentaram 86,10%
contra uma inflação de 70,6%
no período.
O presidente da Abramge
(Associação Brasileira de Medicina de Grupo), Arlindo de Almeida, defende o índice de 9%
afirmando que a inflação na
área médica não pode ser comparada à inflação do país.
"É preciso levar em conta
que, anualmente, há a introdução de novas tecnologias e novos equipamentos, o que custa
caro", diz. "Além disso, a população de idosos é cada vez maior
e essa é justamente a faixa etária que demanda maior atendimento. Os custos para os planos estão aumentando."
Para ele, um reajuste de 3%
seria insuficiente. "Defendemos que cada operadora tenha
o seu próprio reajuste."
Na semana passada, o presidente da ANS, Fausto Pereira
dos Santos, descartou a sugestão de se basear nos custos das
empresas porque há muitas firmas atuando nesse setor (2.070
têm autorização provisória).
Segundo a assessoria de imprensa da agência, uma equipe
está trabalhando nos cálculos,
mas ainda não há previsão do
índice do reajuste.
Atualmente há no Brasil 36,9
milhões de clientes de planos
de saúde, dos quais 8,3 milhões
são individuais ou familiares.
Destes, 5,7 milhões são clientes
com contratos novos (firmados
a partir de 1999) e 2,6 milhões
de contratos antigos, que não
estão sujeitos ao reajuste a ser
definido até o fim do mês.
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