São Paulo, sexta-feira, 15 de maio de 2009

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Força de facção é um mito, diz secretário

Antonio Ferreira Pinto (Segurança) diz que a polícia exagera sobre o poder do PCC para não ser questionada sobre crimes

Para o secretário, hoje não existe a menor possibilidade de a onda de ataques criminosos de 2006 se repetir em São Paulo


DA REPORTAGEM LOCAL

Ex-secretário da Administração Penitenciária entre junho de 2006 e março deste ano, Antonio Ferreira Pinto (Segurança) ganhou fama pela capacidade de conter as explosões do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos presídios.
Usou como ferramenta de controle o monitoramento das conversas telefônicas, com autorização judicial, dos principais líderes da facção.
É com esse currículo que ele diz ser um mito o poder do PCC: "A polícia exagera o poder dessa facção. Há interesses subalternos em torno dessa apreciação exagerada. É uma forma de a polícia não ser cobrada por outras atividades delituosas, como desvio de carga, adulteração de combustível e tráfico".
Hoje, segundo Ferreira Pinto, o que se chama de PCC "são 20, 30 presos perigosos, traficantes, que têm no celular uma grande arma, mas não têm condição nenhuma de colocar em xeque as instituições, como ocorreu em 2006" -quando São Paulo ficou paralisada por uma série de ataques.
Para o secretário, esse cenário apocalíptico não tem a menor chance de acontecer novamente: "O Estado está aparelhado para dizer que os ataques de três anos atrás não vão se repetir. Qualquer facção criminosa que possa existir no sistema prisional está sob controle".
Ele diz que o exagero sobre o PCC não significa que não existam outros grupos envolvidos no crime organizado.
Segundo o secretário, a lavagem de dinheiro deve ser objeto de uma nova delegacia e de cursos para os policiais.
Uma das ideias é transformar o Denarc em delegacia de combate ao crime organizado, focada na lavagem de dinheiro.
Até 2000, apesar de inúmeras ações atribuídas ao PCC, o governo paulista nem sequer admitia sua existência. Depois, quadros do governo passaram a minimizar a influência do grupo. Tal discurso se enfraqueceu em 2001, após uma megarrebelião ordenada pelos líderes da facção. (MARIO CESAR CARVALHO)


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