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Força de facção é um mito, diz secretário
Antonio Ferreira Pinto (Segurança) diz que a polícia exagera sobre o poder do PCC para não ser questionada sobre crimes
Para o secretário, hoje não existe a menor possibilidade de a onda de ataques criminosos de 2006 se repetir em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Ex-secretário da Administração Penitenciária entre junho
de 2006 e março deste ano, Antonio Ferreira Pinto (Segurança) ganhou fama pela capacidade de conter as explosões do
PCC (Primeiro Comando da
Capital) nos presídios.
Usou como ferramenta de
controle o monitoramento das
conversas telefônicas, com autorização judicial, dos principais líderes da facção.
É com esse currículo que ele
diz ser um mito o poder do
PCC: "A polícia exagera o poder
dessa facção. Há interesses subalternos em torno dessa apreciação exagerada. É uma forma
de a polícia não ser cobrada por
outras atividades delituosas,
como desvio de carga, adulteração de combustível e tráfico".
Hoje, segundo Ferreira Pinto, o que se chama de PCC "são
20, 30 presos perigosos, traficantes, que têm no celular uma
grande arma, mas não têm condição nenhuma de colocar em
xeque as instituições, como
ocorreu em 2006" -quando
São Paulo ficou paralisada por
uma série de ataques.
Para o secretário, esse cenário apocalíptico não tem a menor chance de acontecer novamente: "O Estado está aparelhado para dizer que os ataques
de três anos atrás não vão se repetir. Qualquer facção criminosa que possa existir no sistema
prisional está sob controle".
Ele diz que o exagero sobre o
PCC não significa que não existam outros grupos envolvidos
no crime organizado.
Segundo o secretário, a lavagem de dinheiro deve ser objeto de uma nova delegacia e de
cursos para os policiais.
Uma das ideias é transformar
o Denarc em delegacia de combate ao crime organizado, focada na lavagem de dinheiro.
Até 2000, apesar de inúmeras ações atribuídas ao PCC, o
governo paulista nem sequer
admitia sua existência. Depois,
quadros do governo passaram a
minimizar a influência do grupo. Tal discurso se enfraqueceu
em 2001, após uma megarrebelião ordenada pelos líderes da
facção.
(MARIO CESAR CARVALHO)
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