São Paulo, sexta-feira, 15 de maio de 2009

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Acusação de desvio de recursos derruba cúpula da PM do DF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal foi afastada ontem, após investigação do Ministério Público local apontar indícios de desvio de R$ 919 mil em contrato de manutenção dos veículos da corporação com uma concessionária.
O novo comando da corporação, uma das mais bem pagas do Brasil, toma posse hoje.
Segundo o promotor militar Mauro Faria de Lima, o esquema começou no primeiro semestre de 2008, quando a PM enviava carros na garantia para a concessionária Nara Veículos para conserto e revisão. De acordo com ele, no segundo semestre, após licitação fraudulenta, a concessionária emitiu notas fiscais falsas para os serviços prestados, pagos pela PM.
No ano passado, o governo do DF gastou R$ 30 milhões com manutenção de veículos da polícia, disse o promotor. Segundo ele, a PM não deveria ter efetuado o pagamento porque os veículos estavam na garantia. Um dos carros "sofreu reparos em sequência, quatro vezes, em poucos dias", diz.
Lima afirma que investigou só um dos 43 contratos suspeitos -a maioria sobre manutenção de veículos. As primeiras suspeitas surgiram em relatório de um comandante que assumiu por 15 dias a chefia do Centro de Suprimento de Manutenção da PM em fevereiro. No mesmo mês, Lima recebeu carta anônima com a denúncia.
O MP pediu a prisão de três coronéis e denunciou à Justiça sete integrantes da PM, que responderão à acusação de peculato -desvio de dinheiro público ou particular em favor de terceiros. O dono da Nara Veículos, Marcos Cardoso, vai responder na Justiça comum.
Cardoso admitiu que fez serviços no valor de R$ 100 mil sem contrato, apesar de não ter participado de licitação. Para receber, ele diz que participou de uma segunda concorrência.
"Foi feito para colocar os carros que estavam parados para rodar. Se houve um erro administrativo, vamos discutir. O que não pode é colocar em discussão a integridade", afirmou Cardoso, que nega a emissão de notas frias ou ter recebido por serviços não prestados.
A Folha não conseguiu localizar o coronel Antônio José de Oliveira Cerqueira, afastado do Comando Geral da PM.


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