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Acusação de desvio de recursos derruba cúpula da PM do DF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula da Polícia Militar do
Distrito Federal foi afastada
ontem, após investigação do
Ministério Público local apontar indícios de desvio de R$ 919
mil em contrato de manutenção dos veículos da corporação
com uma concessionária.
O novo comando da corporação, uma das mais bem pagas
do Brasil, toma posse hoje.
Segundo o promotor militar
Mauro Faria de Lima, o esquema começou no primeiro semestre de 2008, quando a PM
enviava carros na garantia para
a concessionária Nara Veículos
para conserto e revisão. De
acordo com ele, no segundo semestre, após licitação fraudulenta, a concessionária emitiu
notas fiscais falsas para os serviços prestados, pagos pela PM.
No ano passado, o governo do
DF gastou R$ 30 milhões com
manutenção de veículos da polícia, disse o promotor. Segundo ele, a PM não deveria ter efetuado o pagamento porque os
veículos estavam na garantia.
Um dos carros "sofreu reparos
em sequência, quatro vezes, em
poucos dias", diz.
Lima afirma que investigou
só um dos 43 contratos suspeitos -a maioria sobre manutenção de veículos. As primeiras
suspeitas surgiram em relatório de um comandante que assumiu por 15 dias a chefia do
Centro de Suprimento de Manutenção da PM em fevereiro.
No mesmo mês, Lima recebeu
carta anônima com a denúncia.
O MP pediu a prisão de três
coronéis e denunciou à Justiça
sete integrantes da PM, que
responderão à acusação de peculato -desvio de dinheiro público ou particular em favor de
terceiros. O dono da Nara Veículos, Marcos Cardoso, vai responder na Justiça comum.
Cardoso admitiu que fez serviços no valor de R$ 100 mil
sem contrato, apesar de não ter
participado de licitação. Para
receber, ele diz que participou
de uma segunda concorrência.
"Foi feito para colocar os carros que estavam parados para
rodar. Se houve um erro administrativo, vamos discutir. O
que não pode é colocar em discussão a integridade", afirmou
Cardoso, que nega a emissão de
notas frias ou ter recebido por
serviços não prestados.
A Folha não conseguiu localizar o coronel Antônio José de
Oliveira Cerqueira, afastado do
Comando Geral da PM.
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