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JOSÉ GONÇALVES ELIAS NETO (1925-2009)
Jornalista Prêmio Esso e sua garagem de invenções
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trenzinhos que ziguezagueavam pela sala embasbacaram os netos. Construir os
brinquedos foi umas das muitas experiências a que José
Elias se entregou trancado na
garagem de casa.
Nas horas vagas, era inventor. A ex-bailarina Tina, sua
mulher, conta que Zé Elias,
em suas peripécias, criou até
um aparelhinho para ser usado num sistema de irrigação,
projeto que teve de abandonar devido ao Alzheimer.
De acordo com ela, a invenção do marido, técnico em
eletrônica, possui um sensor
que identifica quando uma
área precisa de água.
Zé também criou textos.
De suas mãos saíram as palavras que preencheram as 15
páginas de uma reportagem
sobre reflorestamento, publicada na "Exame", em 1971. O
esforço rendeu ao autor um
Prêmio Esso, na categoria informação econômica.
Redator-chefe da revista,
Zé se aproveitou do conhecimento adquirido na época
em que trabalhou como tesoureiro no antigo Instituto
do Pinho. "Ele adorava florestas", afirma Tina.
Antes de se tornar repórter, foi office-boy. Segundo a
mulher, além de ter ficado
muitos anos na editora Abril,
o marido trabalhou no "Última Hora" e na "Gazeta Mercantil". Também colaborou,
em Brasília, com publicações
do Itamaraty.
Morreu sábado, aos 83, de
falência de órgãos. Deixa três
filhos, seis netos e um bisneto. A missa de sétimo dia será
amanhã, às 16h, na igreja São
João Maria Vianney, em SP.
obituario@grupofolha.com.br
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