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Promotoria acusa vereador de omitir bens
Ushitaro Kamia (DEM), que integra a base de apoio de Kassab, foi denunciado ontem pelo Ministério Público Eleitoral
Casa na região da
Cantareira, avaliada em
quase R$ 2 milhões, não
consta de declaração feita à
Justiça Eleitoral em 2008
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público denunciou ontem à Justiça Eleitoral o
vereador e ex-deputado federal
Ushitaro Kamia (DEM), integrante da base de apoio do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Ele é acusado de omitir uma
casa avaliada em R$ 1.914.716
na região da serra da Cantareira, zona norte de São Paulo.
A omissão teria ocorrido em
sua declaração de bens, no registro da candidatura em 2008.
Seu patrimônio declarado representa 10% desse valor.
O promotor eleitoral Maurício Antônio Ribeiro Lopes considerou que o patrimônio é incompatível com o valor do imóvel. "Tem-se clara e manifesta
incompatibilidade entre esse e
o total de seus bens declarados
à Justiça Eleitoral, míseros e
quase simbólicos bens avaliados em R$ 198.694.000", diz
ele, num trecho da denúncia.
Os bens de Kamia registrados na Justiça Eleitoral são um
apartamento na avenida Nova
Cantareira e três veículos.
O promotor afirma ainda que
o terreno foi transferido ao cunhado do vereador, Oswaldo
Yuichi Terashima, condenado
a dez anos de prisão por roubo.
Foragido em janeiro de
2000, Terashima transferiu o
imóvel, em setembro de 2001, a
Marcelo Hiroyuki Hideshima,
que o Ministério Público aponta como testa de ferro de Kamia
e de sua esposa, Laura Kamia.
Se aceita, a denúncia será julgada pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloisio Sérgio Rezende Silveira. Caberá recurso tanto por
parte do vereador quanto por
parte do Ministério Público.
Caso seja condenado, o vereador pode perder o mandato
e ficar inelegível por oito anos.
Está prevista ainda uma pena
de até cinco anos de reclusão,
dificilmente cumprida em casos de crime eleitoral.
Ushitaro Kamia é o segundo
vereador da atual legislatura
denunciado pelo Ministério
Público. Arselino Tatto (PT) foi
acusado pelo órgão de ter apresentado R$ 40 mil em nove notas fiscais frias. Na última quarta-feira, a Justiça Eleitoral acolheu a denúncia, que deve ser
apurada nos próximos dias.
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