São Paulo, sexta-feira, 15 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Promotoria acusa vereador de omitir bens

Ushitaro Kamia (DEM), que integra a base de apoio de Kassab, foi denunciado ontem pelo Ministério Público Eleitoral

Casa na região da Cantareira, avaliada em quase R$ 2 milhões, não consta de declaração feita à Justiça Eleitoral em 2008


DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público denunciou ontem à Justiça Eleitoral o vereador e ex-deputado federal Ushitaro Kamia (DEM), integrante da base de apoio do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Ele é acusado de omitir uma casa avaliada em R$ 1.914.716 na região da serra da Cantareira, zona norte de São Paulo.
A omissão teria ocorrido em sua declaração de bens, no registro da candidatura em 2008. Seu patrimônio declarado representa 10% desse valor.
O promotor eleitoral Maurício Antônio Ribeiro Lopes considerou que o patrimônio é incompatível com o valor do imóvel. "Tem-se clara e manifesta incompatibilidade entre esse e o total de seus bens declarados à Justiça Eleitoral, míseros e quase simbólicos bens avaliados em R$ 198.694.000", diz ele, num trecho da denúncia.
Os bens de Kamia registrados na Justiça Eleitoral são um apartamento na avenida Nova Cantareira e três veículos.
O promotor afirma ainda que o terreno foi transferido ao cunhado do vereador, Oswaldo Yuichi Terashima, condenado a dez anos de prisão por roubo.
Foragido em janeiro de 2000, Terashima transferiu o imóvel, em setembro de 2001, a Marcelo Hiroyuki Hideshima, que o Ministério Público aponta como testa de ferro de Kamia e de sua esposa, Laura Kamia.
Se aceita, a denúncia será julgada pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloisio Sérgio Rezende Silveira. Caberá recurso tanto por parte do vereador quanto por parte do Ministério Público.
Caso seja condenado, o vereador pode perder o mandato e ficar inelegível por oito anos.
Está prevista ainda uma pena de até cinco anos de reclusão, dificilmente cumprida em casos de crime eleitoral.
Ushitaro Kamia é o segundo vereador da atual legislatura denunciado pelo Ministério Público. Arselino Tatto (PT) foi acusado pelo órgão de ter apresentado R$ 40 mil em nove notas fiscais frias. Na última quarta-feira, a Justiça Eleitoral acolheu a denúncia, que deve ser apurada nos próximos dias.


Texto Anterior: Saúde: Leite com indício de fraude é apreendido
Próximo Texto: Outro lado: Kamia diz que só falará após ser notificado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.