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Vítima já foi assaltada em casa
DA SUCURSAL DO RIO
Elvira Sutton tem experiência
como refém. Ontem, foi a segunda vez em que permaneceu sob a
mira de armas dentro de sua casa.
Na delegacia de Santa Teresa, Elvira disse não ter ficado nervosa.
"Nervosa por quê? Não iria melhorar a situação", afirmou.
Com o semblante sério, Elvira
disse que não teve medo nem
quando um dos assaltantes derramou álcool sobre seu corpo. "O
que poderia fazer? Nada", disse.
Elvira afirmou que está se acostumando aos "bangue-bangues"
do Rio de Janeiro, em especial aos
de Santa Teresa, bairro onde vive
desde 1959.
Em 1994, sua casa foi invadida
por um grupo de assaltantes. Eles
levaram dinheiro e equipamentos
eletrônicos, como um videocassete e aparelhagem de som.
Para sua surpresa, os equipamentos foram devolvidos no dia
seguinte, com pedidos formais de
desculpas.
"Levaram, mas no dia seguinte
o chefe (do tráfico de drogas) do
morro dos Prazeres trouxe tudo
de volta", lembrou ela.
O morro dos Prazeres fica a cerca de 500 m da casa de Elvira. É
comum entre os criminosos radicados nos morros cariocas evitar
delitos na área em que vivem.
Para a Polícia Civil, a quadrilha
que atacou ontem a casa de Elvira
não deve ser do morro dos Prazeres.
Viúva, Elvira passa o dia acompanhada dos empregados. No
bairro, é conhecida pela iniciativa.
"Hoje, com toda a violência, ela
vai para o centro de ônibus", contou o vizinho Ricardo Beliel.
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