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PREFEITURA DE SÃO PAULO
Segundo Datafolha, paulistano acha que prefeito vai dificultar apuração de irregularidades
Para maioria, volta de Pitta traz corrupção
DA REDAÇÃO
A volta de Celso Pitta à Prefeitura de São Paulo, determinada pela
Justiça, vai provocar o surgimento de novos casos de corrupção. A
opinião é de dois terços dos paulistanos, segundo o Datafolha.
Anteontem, o Superior Tribunal de Justiça, por 3 votos a 2, assegurou a recondução de Pitta. Os
ministros do tribunal acataram o
argumento sobre a falta de provas
de que, na prefeitura, ele poderia
dificultar a investigação sobre suposto favorecimento ao empresário Jorge Yunes, que lhe teria emprestado R$ 800 mil.
O Judiciário considerou que
deixá-lo sem cumprir o mandato
nesta etapa do processo da ação
movida pelo Ministério Público
seria um "julgamento político".
A maioria dos 640 paulistanos
entrevistados, no entanto, não
concorda com os ministros do
STJ. Para 64% deles, o prefeito do
PMN reinstalado no Palácio das
Indústrias vai atrapalhar qualquer apuração sobre irregularidades em sua administração.
Essa avaliação é menos preponderante entre os pesquisados de
menor escolaridade e de renda familiar até dez salários mínimos.
Ao expressarem seu julgamento
sobre a decisão da Justiça, 68%
afirmaram discordar dela. Para
eles, existem provas suficientes
para afastar definitivamente Pitta,
sem a necessidade de votação de
impeachment pelos vereadores.
A Câmara Municipal analisa pedido de impedimento do prefeito
elaborado pela OAB-SP (Ordem
dos Advogados do Brasil, seccional São Paulo).
O levantamento do Datafolha
mostra que em algum momento
houve sintonia entre o que pensam os moradores da cidade e o
que se passava na cabeça do prefeito reconduzido.
Segundo a Folha apurou, Pitta
chegou a analisar a alternativa da
renúncia para eliminar qualquer
chance de impeachment. Dessa
forma, ele poderia evitar ficar sem
exercer cargo público por oito
anos e concorrer a vaga no Legislativo federal ou estadual, o que,
uma vez conquistada, lhe asseguraria a imunidade parlamentar.
Ao serem indagados qual deveria ser a atitude do prefeito, mesmo com a decisão do STJ a seu favor, 54% dos paulistanos consideram que ele deveria renunciar ao
cargo. Outros 22% disseram que
ele deveria permanecer afastado
por vontade própria. O apoio ao
seu retorno é dado por 21%.
A pesquisa Datafolha realizada
ontem tem uma margem de erro
de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. A amostra
representa o conjunto da população com idade igual ou superior a
16 anos, ou seja, de pessoas aptas a
votar em outubro.
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