São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PREFEITURA DE SÃO PAULO
Segundo Datafolha, paulistano acha que prefeito vai dificultar apuração de irregularidades
Para maioria, volta de Pitta traz corrupção

DA REDAÇÃO

A volta de Celso Pitta à Prefeitura de São Paulo, determinada pela Justiça, vai provocar o surgimento de novos casos de corrupção. A opinião é de dois terços dos paulistanos, segundo o Datafolha.
Anteontem, o Superior Tribunal de Justiça, por 3 votos a 2, assegurou a recondução de Pitta. Os ministros do tribunal acataram o argumento sobre a falta de provas de que, na prefeitura, ele poderia dificultar a investigação sobre suposto favorecimento ao empresário Jorge Yunes, que lhe teria emprestado R$ 800 mil.
O Judiciário considerou que deixá-lo sem cumprir o mandato nesta etapa do processo da ação movida pelo Ministério Público seria um "julgamento político".
A maioria dos 640 paulistanos entrevistados, no entanto, não concorda com os ministros do STJ. Para 64% deles, o prefeito do PMN reinstalado no Palácio das Indústrias vai atrapalhar qualquer apuração sobre irregularidades em sua administração.
Essa avaliação é menos preponderante entre os pesquisados de menor escolaridade e de renda familiar até dez salários mínimos.
Ao expressarem seu julgamento sobre a decisão da Justiça, 68% afirmaram discordar dela. Para eles, existem provas suficientes para afastar definitivamente Pitta, sem a necessidade de votação de impeachment pelos vereadores.
A Câmara Municipal analisa pedido de impedimento do prefeito elaborado pela OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional São Paulo).
O levantamento do Datafolha mostra que em algum momento houve sintonia entre o que pensam os moradores da cidade e o que se passava na cabeça do prefeito reconduzido.
Segundo a Folha apurou, Pitta chegou a analisar a alternativa da renúncia para eliminar qualquer chance de impeachment. Dessa forma, ele poderia evitar ficar sem exercer cargo público por oito anos e concorrer a vaga no Legislativo federal ou estadual, o que, uma vez conquistada, lhe asseguraria a imunidade parlamentar.
Ao serem indagados qual deveria ser a atitude do prefeito, mesmo com a decisão do STJ a seu favor, 54% dos paulistanos consideram que ele deveria renunciar ao cargo. Outros 22% disseram que ele deveria permanecer afastado por vontade própria. O apoio ao seu retorno é dado por 21%.
A pesquisa Datafolha realizada ontem tem uma margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. A amostra representa o conjunto da população com idade igual ou superior a 16 anos, ou seja, de pessoas aptas a votar em outubro.


Texto Anterior: Poeta Attilio Bertolucci morre aos 89
Próximo Texto: STJ dá cinco dias para recurso contra Pitta
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.