São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2005

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Famílias se desesperam ao ver cenas de violência

COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

A cada momento em que presos surgiam exibindo cabeças de rivais decapitados durante a rebelião em Presidente Venceslau, o clima entre familiares dos próprios detentos e dos agentes penitenciários era de desespero.
"Ele morreu porque era contra o PCC [Primeiro Comando da Capital, facção criminosa]. Como vou contar para minha mãe?", repetiu chorando várias vezes uma mulher que acompanhava toda a movimentação ocorrida no presídio do interior do Estado. Ela estava em um barranco aos fundos da unidade.
As imagens dela foram exibidas pela TV Fronteira, retransmissora da Globo na região. Ela não quis se identificar para os repórteres e disse que era irmã de um preso. Logo depois, foi retirada do local por outra mulher.
Os vizinhos da penitenciária também se desesperaram ao ver as cenas de violência em uma das unidades mais antigas do Estado e que fica em área urbana.
Dezenas de pessoas acompanharam o dia todo a rebelião na unidade. Os momentos de maior tensão ocorreram quando os presos agrediam outros detentos e exibiam as cabeças de rivais mortos na unidade.
Morador da cidade, o aposentado Orlando Cassefo, 63, em entrevista à TV, relembrou a rebelião de 1986 na unidade, quando, de acordo com o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, 14 pessoas morreram. "Estamos no meio de uma panela de pressão", afirmou o aposentado na entrevista.
O comerciante Josué de Oliveira, 32, vizinho do presídio, afirmou à reportagem da TV que "mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer". (CRISTIANO MACHADO)


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