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Famílias se desesperam ao ver cenas de violência
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
A cada momento em que presos surgiam exibindo cabeças de
rivais decapitados durante a rebelião em Presidente Venceslau, o
clima entre familiares dos próprios detentos e dos agentes penitenciários era de desespero.
"Ele morreu porque era contra
o PCC [Primeiro Comando da
Capital, facção criminosa]. Como
vou contar para minha mãe?", repetiu chorando várias vezes uma
mulher que acompanhava toda a
movimentação ocorrida no presídio do interior do Estado. Ela estava em um barranco aos fundos
da unidade.
As imagens dela foram exibidas
pela TV Fronteira, retransmissora
da Globo na região. Ela não quis
se identificar para os repórteres e
disse que era irmã de um preso.
Logo depois, foi retirada do local
por outra mulher.
Os vizinhos da penitenciária
também se desesperaram ao ver
as cenas de violência em uma das
unidades mais antigas do Estado e
que fica em área urbana.
Dezenas de pessoas acompanharam o dia todo a rebelião na
unidade. Os momentos de maior
tensão ocorreram quando os presos agrediam outros detentos e
exibiam as cabeças de rivais mortos na unidade.
Morador da cidade, o aposentado Orlando Cassefo, 63, em entrevista à TV, relembrou a rebelião
de 1986 na unidade, quando, de
acordo com o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de
São Paulo, 14 pessoas morreram.
"Estamos no meio de uma panela
de pressão", afirmou o aposentado na entrevista.
O comerciante Josué de Oliveira, 32, vizinho do presídio, afirmou à reportagem da TV que
"mais cedo ou mais tarde isso iria
acontecer".
(CRISTIANO MACHADO)
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