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Delegado que investigava tráfico em Santos aparece morto com dois tiros
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O delegado seccional de Santos
(litoral sul de SP), João Jorge
Guerra Cortez, 47, foi encontrado
morto com dois tiros ontem de
manhã no seu apartamento, no
Boqueirão. A polícia trabalha
com a hipótese principal de suicídio, mas não descarta a possibilidade de homicídio.
"A cena é de suicídio, mas há a
parte objetiva, que está sendo levantada pela perícia, a necropsia,
que vai complementar, e a parte
subjetiva, que são os testemunhos
e esse histórico que ele vinha vivendo", disse o delegado-geral da
Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo. Cortez estava há um ano e
meio em depressão, diz a polícia.
Cortez trabalhou no caso da disputa entre facções pelo controle
do tráfico na Baixada Santista,
quando foram presas 52 pessoas,
entre elas Naldinho e Edinho. A
polícia, no entanto, descarta que
haja relação entre a morte de Cortez e esse caso.
Segundo Desgualdo, não havia
sinais de violência. Cortez apresentava um tiro no tórax e outro
um pouco abaixo do ouvido direito. Questionado sobre como seria
possível um suicídio com dois tiros, o delegado disse: "É costume,
muitas vezes em suicídio, encontrar mais disparos, dependendo
da região do corpo que se atinge".
Corazza disse não ter dúvida sobre se o caso seria de suicídio.
O procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, designou um promotor para acompanhar o caso.
Raimundo França, chefe dos investigadores da Delegacia Seccional de Santos e que diz ser amigo
pessoal há quatro anos e meio de
Cortez, afirmou, inicialmente,
não acreditar na versão de suicídio. Posteriormente, voltou atrás
e disse a primeira entrevista fora
dada sob forte emoção.
Colaborou KLEBER TOMAZ
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