São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2005

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Delegado que investigava tráfico em Santos aparece morto com dois tiros

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O delegado seccional de Santos (litoral sul de SP), João Jorge Guerra Cortez, 47, foi encontrado morto com dois tiros ontem de manhã no seu apartamento, no Boqueirão. A polícia trabalha com a hipótese principal de suicídio, mas não descarta a possibilidade de homicídio.
"A cena é de suicídio, mas há a parte objetiva, que está sendo levantada pela perícia, a necropsia, que vai complementar, e a parte subjetiva, que são os testemunhos e esse histórico que ele vinha vivendo", disse o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo. Cortez estava há um ano e meio em depressão, diz a polícia.
Cortez trabalhou no caso da disputa entre facções pelo controle do tráfico na Baixada Santista, quando foram presas 52 pessoas, entre elas Naldinho e Edinho. A polícia, no entanto, descarta que haja relação entre a morte de Cortez e esse caso.
Segundo Desgualdo, não havia sinais de violência. Cortez apresentava um tiro no tórax e outro um pouco abaixo do ouvido direito. Questionado sobre como seria possível um suicídio com dois tiros, o delegado disse: "É costume, muitas vezes em suicídio, encontrar mais disparos, dependendo da região do corpo que se atinge". Corazza disse não ter dúvida sobre se o caso seria de suicídio.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, designou um promotor para acompanhar o caso.
Raimundo França, chefe dos investigadores da Delegacia Seccional de Santos e que diz ser amigo pessoal há quatro anos e meio de Cortez, afirmou, inicialmente, não acreditar na versão de suicídio. Posteriormente, voltou atrás e disse a primeira entrevista fora dada sob forte emoção.


Colaborou KLEBER TOMAZ

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