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VIOLÊNCIA
Vítima foi baleada na nuca por assaltantes em estacionamento; Serra permaneceu cerca de 20 minutos em velório
Guarda-civil é morta em escola municipal
ANDRÉ CARAMANTE
DO "AGORA"
A guarda-civil Danielle Monteiro, 29, foi assassinada às 18h40 de
anteontem, no estacionamento
da Escola Municipal Vicentina Ribeiro da Luz, em Aricanduva (zona leste de São Paulo). Dois homens que tentaram roubar seu revólver calibre 38, baleados por um
GCM que acompanhava Monteiro, foram presos ao tentar atendimento em dois prontos-socorros.
O prefeito José Serra (PSDB) esteve no velório da GCM, enterrada às 16h45 de ontem no Cemitério de Vila Formosa, também na
zona leste. Em meio a protestos de
companheiros de farda da guarda-civil, que não quiseram se
identificar mas enumeraram problemas de "falta de estrutura" na
corporação, o tucano permaneceu cerca de 20 minutos no local.
"Eu disse para a mãe dela: "Eu
não tenho palavras para consolá-la". Perder um filho... não pode ter
nada mais triste", foi o diálogo
que Serra manteve, à beira do caixão de Danielle, com a dona-de-casa Maria Luzia Monteiro, 58,
mãe da guarda-civil morta.
No momento em que foi ferida
na nuca, Danielle, que trabalhava
na noite de segunda-feira para cobrir a folga de um colega, estava
perto do também GCM Marcos
Santos Cardoso, 27.
Ao ouvir os dois homens -um
deles ex-interno da Febem e outro, com passagens por roubo e
receptação- caminharem para
perto de Danielle gritando "já era,
já era!", Cardoso disparou seu revólver calibre 38 cinco vezes na
direção da dupla.
Mesmo feridos, os dois conseguiram fugir, enquanto Cardoso
chamava o socorro para Danielle.
Levada ao pronto-socorro do Jardim Iva, a guarda-civil morreu.
Enquanto esperava no PS, o
GCM Cardoso percebeu quando
um dos acusados, com um tiro
que havia atravessado sua barriga, chegou ao mesmo PS, levado
pelo irmão. Ele acabou reconhecido e preso pelo guarda-civil.
No pronto-socorro do Tatuapé,
um policial civil que fazia a escolta
de um preso hospitalizado viu
quando o outro acusado chegou
pedindo para ser atendido. Ele
havia sido baleado no braço. O
policial pediu para que o GCM
Cardoso fosse ao PS do Tatuapé e,
lá, foi reconhecido como o outro
atirador. Ambos foram presos
sob a acusação de tentativa de
roubo seguida de morte e, após a
alta médica, devem ser encaminhados para o 41º DP (Vila Rica).
Trabalho voluntário
Formada em assistência social, a
guarda-civil Danielle Monteiro
também trabalhava em uma ONG
(organização não-governamental) que atua nos bairros de Vila
Brasilândia e Jardim Guarani,
ambos na zona norte da capital
paulista, prestando auxílio a jovens de classes mais pobres.
Havia apenas três meses, Monteiro, apontada pela irmã Grazielle, 20, como uma pessoa que,
com o seu trabalho, tentava reverter a violência, tinha deixado o
centro de formação da Guarda Civil Metropolitana, onde era instrutora de novos guardas, para
trabalhar no serviço de rua.
Segundo a irmã Grazielle, apesar de bem treinada, Monteiro
não era acostumada a fazer o trabalho de vigilância a pé, e sim com
o carro da corporação.
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