São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CERCO AO AUMENTO

Protesto ocorreu após prefeito apresentar projeto de redução de parte das tarifas de ônibus

Estudantes invadem secretaria em SC

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

Apesar de o prefeito de Florianópolis (SC), Dário Berger (PSDB), ter cedido às pressões e anunciado na noite de segunda um projeto para reduzir parte das tarifas de ônibus, cerca de 30 estudantes invadiram ontem a Secretaria Municipal de Transportes e Terminais. Eles exigem redução de todas as tarifas.
No protesto, 17 jovens se acorrentaram a cadeiras, mesas e barras de ferro fixas para impedir que a polícia os retirasse.
O ato marcou o 14º dia de manifestações. Não houve violência. Segundo Denílson Machado, um dos líderes do movimento, eles só deveriam deixar o local se fossem pressionar os vereadores a propor uma emenda que estendesse a diminuição a todo o sistema de transporte. Até o fechamento da edição, eles continuavam no prédio.
O projeto do prefeito foi encaminhado ontem à tarde à Câmara Municipal, saída que Berger achou para frear os protestos.
O decreto prevê a volta do valor inicial das tarifas nas regiões norte, leste, centro-sul e sul da ilha. Os passes, que estavam sendo cobrados a R$ 2,50 no centro-sul e no leste e a R$ 3 no norte e no sul, voltarão a custar R$ 2,20 no centro-sul, R$ 2,30 no leste e R$ 2,75 no norte e no sul.
No centro e no continente, os usuários continuarão a pagar R$ 1,75 e R$ 1,60, respectivamente. A tarifa social (para a população carente), que subiu para R$ 1,15, também segue inalterada.
A prefeitura irá subsidiar os valores. A estimativa é que a medida custe R$ 360 mil por mês aos cofres municipais. O decreto é válido por três meses, podendo ser renovado por mais três.
O período coincide com o prazo final da consultoria do ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba (PR) Jaime Lerner (PSB), contratado por R$ 250 mil para fazer um diagnóstico do sistema implantado pela ex-prefeita Ângela Amin (PP).
A Justiça autorizou, no feriado de Corpus Christi, o aumento da tarifa (8,8%), decorrente da diferença entre o reajuste de 15,6% concedido por Amin, em junho de 2004, e o repassado pelas empresas em dezembro (6,8%).
O problema do transporte aflorou em agosto de 2003, quando a ex-prefeita implantou o sistema interligado de terminais; a tarifa subiu e as viagens ficaram mais longas, o que desagradou à população e levou à perda da eleição.


Texto Anterior: Lula "passa a bola" a parlamentares
Próximo Texto: Panorâmica - Perto do inverno: Meteorologia prevê frio na região Sul
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.