|
Próximo Texto | Índice
Megaoperação da polícia prende 2.532 pessoas
Ação ocorre em meio às investigações sobre ligação de policiais com caça-níqueis
Foi a maior operação feita na gestão Serra; dos presos, apenas cerca de 1.400 devem continuar detidos, segundo o secretário da Segurança
ANDRÉ CARAMANTE
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio às investigações sobre o envolvimento de policiais
com o esquema de proteção a
máquinas caça-níqueis, a polícia paulista desencadeou ontem a maior operação policial
da gestão José Serra (PSDB).
Quatro policiais militares foram presos na ação, que envolveu o combate a todos os tipos
de crime, mas nenhum por envolvimento com caça-níqueis.
O governo nega que a megaoperação, denominada "Strike"
-referência ao jogo de boliche- , tenha sido usada para
desviar a atenção da investigação sobre o pagamento de propina a policiais.
No total, 2.532 pessoas foram
detidas no Estado, das 6h até
17h de ontem. Mas o secretário
da Segurança Pública, Ronaldo
Marzagão, admitiu que 1.400
devem permanecer na cadeia.
Dessas, 1.105 eram consideradas foragidas pela Justiça -por
isso, foram encaminhadas diretamente à prisão. Em 2006, em
média, 250 pessoas foram presas por dia no Estado.
Dos 1.267 presos em flagrante e dos 160 adolescentes detidos, apenas cerca de 300 permaneceram presos pela gravidade do crime, segundo Marzagão. Os outros foram liberados,
pagaram fiança ou assinaram
termos circunstanciados.
A Corregedoria anunciou anteontem que pediu a quebra de
sigilo telefônico e bancário de
27 policiais. Antes, o órgão dizia
que eram 19 investigados. Documentos contidos no inquérito da Corregedoria mostram
nomes e telefones de pelo menos 50 policiais.
Marzagão negou que a ação
de ontem seja uma resposta à
exposição da polícia com a investigação sobre o esquema de
caça-níqueis. "Não se monta
uma operação dessa em 24 horas ou em cinco dias." Segundo
ele, a ação começou a ser planejada em março.
Para o coronel reformado José Vicente da Silva, ex-secretário nacional da Segurança Pública (gestão Fernando Henrique, do PSDB), megaoperações
são infrutíferas. "Não que seja
completamente inútil. Mas os
locais têm características diferentes e fazer tudo ao mesmo
tempo não é produtivo."
Em relação aos 1.105 foragidos recapturados no mesmo
dia, Silva disse que a ação policial tem de ter "qualidade no
dia-a-dia". "Bandido procurado
a polícia tem de fazer isso
[prender] sempre."
Próximo Texto: Presos vão de bombeiro a gerente de banco Índice
|