São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

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Presos vão de bombeiro a gerente de banco

Na operação, policiais também prenderam acusados de roubar a agência Itaú, em Moema, quando uma menina ficou paraplégica

Megaoperação de ontem da Polícia Civil não atingiu nenhum dos policiais suspeitos de ligação com esquema de caça-níqueis

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os presos ontem na megaoperação da Polícia Civil paulista, estão 14 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em espionagem, três suspeitos do assalto ao banco Itaú em Moema (zona sul de SP) que deixou paraplégica a estudante Priscila Aprígio da Silva, 13, em fevereiro, e um bombeiro que emprestava sua farda para ladrões.
A prisão da quadrilha de arapongas ocorreu em Bauru (342 km de SP) e envolveu um gerente do banco Sudameris, que é investigado por fornecer dados bancários dos clientes da agência que administrava. Uma van com aparelhagem moderna de escuta telefônica e de ambientes foi apreendida.
Segundo a polícia, o bombeiro Luis Carlos de Abreu Aleixo, 38, agia em parceria com um outro PM preso, cabo do grupamento aéreo da corporação, e ajudava uma quadrilha que roubava prédios comerciais e caminhões com cargas.
As investigações indicaram que os dois passavam suas fardas para que criminosos civis fingissem uma ação da polícia para entrar em prédios e parar os caminhões que iam roubar. Ao menos 15 crimes são investigados como cometidos pela quadrilha dos PMs.
A polícia prendeu também três acusados de ajudar a quadrilha que, em fevereiro, roubou a agência do Itaú em Moema e, na fuga, se envolveu num tiroteio com um guarda-civil metropolitano que deixou a estudante Priscila Aprígio da Silva paraplégica. Um dos presos é o vigia do banco.

Caça-níquel
A "Operação Strike" não atingiu nenhum dos policiais suspeitos de ligação com esquema de corrupção para o funcionamento irregular de caça-níqueis, conforme investigações da Corregedoria da Polícia Civil sobre os documentos apreendidos em 25 de maio com o advogado Jamil Chokr.
Apesar de ter anunciado a apreensão de 2.967 máquinas ontem, só na Grande São Paulo, e o fechamento de 11 bingos, as ações que envolveram 18.217 policiais civis não ajudaram o trabalho da delegada Cintia Maria Quaggio, que apura o esquema de corrupção que seria coordenado por Chokr.
"A polícia está investigando com seriedade e punirá eventuais policiais envolvidos também com severidade. Agora, é preciso que se tenha idéia que um sigilo telefônico, um sigilo bancário que seja quebrado, o resultado disso não vem num dia, em dois dias", disse o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.
(GILMAR PENTEADO E ANDRÉ CARAMANTE)

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