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Presos vão de bombeiro a gerente de banco
Na operação, policiais também prenderam acusados de roubar a agência Itaú, em Moema, quando uma menina ficou paraplégica
Megaoperação de ontem da Polícia Civil não atingiu nenhum dos policiais suspeitos de ligação com esquema de caça-níqueis
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre os presos ontem na
megaoperação da Polícia Civil
paulista, estão 14 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em espionagem, três suspeitos do assalto
ao banco Itaú em Moema (zona
sul de SP) que deixou paraplégica a estudante Priscila Aprígio da Silva, 13, em fevereiro, e
um bombeiro que emprestava
sua farda para ladrões.
A prisão da quadrilha de arapongas ocorreu em Bauru (342
km de SP) e envolveu um gerente do banco Sudameris, que
é investigado por fornecer dados bancários dos clientes da
agência que administrava. Uma
van com aparelhagem moderna
de escuta telefônica e de ambientes foi apreendida.
Segundo a polícia, o bombeiro Luis Carlos de Abreu Aleixo,
38, agia em parceria com um
outro PM preso, cabo do grupamento aéreo da corporação, e
ajudava uma quadrilha que
roubava prédios comerciais e
caminhões com cargas.
As investigações indicaram
que os dois passavam suas fardas para que criminosos civis
fingissem uma ação da polícia
para entrar em prédios e parar
os caminhões que iam roubar.
Ao menos 15 crimes são investigados como cometidos pela
quadrilha dos PMs.
A polícia prendeu também
três acusados de ajudar a quadrilha que, em fevereiro, roubou a agência do Itaú em Moema e, na fuga, se envolveu num
tiroteio com um guarda-civil
metropolitano que deixou a estudante Priscila Aprígio da Silva paraplégica. Um dos presos é
o vigia do banco.
Caça-níquel
A "Operação Strike" não
atingiu nenhum dos policiais
suspeitos de ligação com esquema de corrupção para o
funcionamento irregular de caça-níqueis, conforme investigações da Corregedoria da Polícia Civil sobre os documentos
apreendidos em 25 de maio
com o advogado Jamil Chokr.
Apesar de ter anunciado a
apreensão de 2.967 máquinas
ontem, só na Grande São Paulo,
e o fechamento de 11 bingos, as
ações que envolveram 18.217
policiais civis não ajudaram o
trabalho da delegada Cintia
Maria Quaggio, que apura o esquema de corrupção que seria
coordenado por Chokr.
"A polícia está investigando
com seriedade e punirá eventuais policiais envolvidos também com severidade. Agora, é
preciso que se tenha idéia que
um sigilo telefônico, um sigilo
bancário que seja quebrado, o
resultado disso não vem num
dia, em dois dias", disse o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.
(GILMAR PENTEADO E ANDRÉ CARAMANTE)
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