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Víscera de animal foi computada como corpo
MATHEUS MAGENTA
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A equipe de peritos responsável pela pré-identificação das
vítimas do voo 447 da Air France descobriu que um fragmento
contabilizado pela Marinha
brasileira como corpo era, na
verdade, víscera de um "animal
marinho de grande porte".
Com isso, o número de vítimas resgatadas por militares
brasileiros diminuiu de 44 para
43. Outras seis que estavam em
um navio francês foram transferidos ontem para a fragata
brasileira Bosísio. Agora, o total
de corpos recolhidos é de 49.
Em nota, a Polícia Federal e a
Secretaria Estadual da Defesa
Social atribuíram o equívoco à
"impossibilidade de se verificar, por simples contato visual,
ser o fragmento de tecido orgânico humano ou não".
Com o engano, as equipes de
buscas passaram a utilizar o
termo "despojo mortal", e não
mais "corpo", para o que foi encontrado no oceano.
Os corpos que passam por
identificação em Recife estão
em avançado estado de decomposição. Apresentam múltiplas
fraturas, inchaço e não há sinais de queimaduras.
O tecido não humano (que
pode ter sido descartado no
mar por um navio pesqueiro)
tinha sido enviado a Fernando
de Noronha (PE) com dois corpos dentro do mesmo saco.
É a segunda vez que os militares tiveram que rever o número de corpos resgatados. No
dia 7, reduziram de 17 para 16 o
total de vítimas recolhidas,
atribuindo o erro aos franceses.
Ontem, uma fragata brasileira atracou em Recife com pertences de passageiros do voo
447 e os maiores destroços do
Airbus resgatados até agora.
Entre eles estava o estabilizador vertical da cauda, com 14
metros de extensão e quatro
metros de largura na base. Assim como as 37 primeiras peças
apresentadas pela Aeronáutica,
ele não apresentava sinais de
deformação por fogo.
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