São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OUTRO LADO

Empresa culpa inspetora, e ANP não se manifesta

DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda que reconheça uma das três incorreções contidas no relatório de inspeção feito pela BBL para a ANP, a Shell afirma que os erros na escolha dos documentos e de "interpretação técnica" couberam à inspetora.
"Ela [a BBL" não é uma empresa do mercado", afirmou ontem o gerente de instalações da Shell, José Cardoso Teti. Ele admite que a Shell não tem alvará de funcionamento da prefeitura, mas sustenta que só descobriu isso depois que a contaminação veio à tona.
"Quando nós apresentamos nossa licença de funcionamento [à BBL, em 2000", apresentamos a mesma que agora foi considerada incorreta. Na época, estávamos conscientes de que a licença de 84 estava válida", disse. "Acho que o documento que a inspetora anotou [datado de 91" é o recolhimento de uma taxa à prefeitura, que faz referência à licença de 84", completou.
O mesmo raciocínio Teti aplica à licença ambiental expedida pela Cetesb. "A ANP, naquele momento, estava mais preocupada com projetos, tanques, operações. O questionário saiu completo, mas os técnicos tinham especialização em área de engenharia porque as atividades de armazenagem e manuseio era o que a agência queria fiscalizar."
Sobre a população contígua, ele diz que a distância está dentro da legislação, embora não tenha sabido dizer qual é esse limite. "A casa está contígua ao muro, não aos tanques. É uma questão de interpretação técnica."
Após dois dias de insistência da reportagem da Folha, a assessoria da ANP informou que, por ordem da direção, ninguém se pronunciaria enquanto a CPI dos Postos de Combustíveis não solicitasse mais explicações.
Já a BBL respondeu que não se manifestaria por motivos contratuais.


Texto Anterior: Ambiente: Irregularidades da Shell "somem" em vistoria
Próximo Texto: Estado avaliará necessidade de tratamento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.