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Alvará depende de aval ambiental
DA REPORTAGEM LOCAL
Tendo em vista a dimensão da
contaminação causada pela base
da Shell na Vila Carioca, o Contru
(Departamento de Controle do
Uso de Imóveis, da Prefeitura de
São Paulo) diz que não concederá
o alvará de funcionamento dos
equipamentos à unidade sem um
aval dos órgãos ambientais.
"Quero ter certeza de que o passivo não é determinante para a
cessão dessa licença. Existe uma
lei ambiental bastante rígida, e
não quero que algum técnico seja
responsabilizado por emitir um
documento", justifica o diretor do
órgão, Clayton Claro da Costa.
Três dos 36 tanques que a Shell
mantém na base não têm o alvará,
o que impede que o local tenha a
situação regularizada na regional
do Ipiranga -a área funciona
sem licença municipal desde 85.
"Meu processo já está certo,
mas é complicado dar qualquer
alvará para uma empresa envolvida num caso tão grande de contaminação. Por isso mesmo que
quero me resguardar", diz Costa.
Parceria
No mês passado, o Contru fez
uma consulta ao Decont (Departamento de Controle da Qualidade Ambiental), da Secretaria Municipal do Meio Ambiente
(SMMA), mas, como o município
não está atuando diretamente no
caso da Vila Carioca, recebeu
uma resposta incompleta: a concessão da licença foi autorizada,
mas o aval ambiental não foi concedido pelo órgão.
Costa terá de recorrer agora à
Cetesb. "O Contru nunca nos perguntou se devia ou não dar um alvará, nem precisa fazer isso, então
o que dissemos é que deveria proceder normalmente no caso de indústrias", afirmou a titular da
SMMA, Stela Goldenstein.
O diretor do Contru diz que enviará um ofício à agência estadual.
Cetesb, por sua vez, afirma que
nunca foi consultada antes para
casos semelhantes, mas que não
vê problema em dar um parecer.
O responsável pela área na agência, João Romano, e Stela levantam, porém, a mesma questão:
que o importante é saber se esses
equipamentos aumentam ou não
os riscos de exposição para a população vizinha à Shell.
Aparentemente não, já que a
contaminação se deu, a priori, até
os anos 80 e foi fruto do enterramento de borras tóxicas resultantes da lavagem dos tanques de
combustível (que armazenam gasolina, álcool e diesel), e não de
vazamentos.
(MV)
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