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Acordo dá prazo para apurar óbitos
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois meses antes do início das
mortes em João Pessoa, o Ministério Público e as secretarias da
Saúde (municipal e estadual) firmaram um acordo que prevê
ações para garantir à atenção dispensada pelo SUS às mulheres na
gravidez e no pós-parto.
Chamado de TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta), o pacto determina como obrigatória a
investigação da morte de toda
mulher em idade fértil. A apuração deve começar no prazo máximo de 30 dias depois da ocorrência do óbito.
No acordo, ficaram determinados prazos -de 60 a 120 dias-
para que Estado e municípios
apresentem planos de atividades
de prevenção à morte materna e
de notificação dos óbitos.
De acordo com Glória Raday,
coordenadora da regional da Rede Feminista da Saúde na Paraíba,
há claras evidências de que, embora exista a intenção de atender
ao TAC, os gestores descumprem
os prazos estipulados para algumas das medidas. A regional da
RFS é a responsável por acompanhar o cumprimento do pacto.
O acordo prevê a implantação
imediata dos comitês de prevenção à morte materna, que, entre
outras funções, devem monitorar
e fiscalizar as atividades de vigilância epidemiológica para a redução da mortalidade. O TAC assegura que os comitês tenham estrutura (física e de pessoal) para
tal tarefa.
Segundo Valderez Araújo, até o
momento, os membros dos comitês trabalham como voluntários e
usam os próprios carros para os
deslocamentos.
No caso das mortes ocorridas
em João Pessoa, suspeita-se que,
se houvesse leitos de UTI obstétrica, as mulheres teriam mais chances de sobreviver. O Estado da Paraíba não tem nenhum leito de
UTI obstétrica.
Segundo Valderez Araújo, da
Secretaria de Estado da Saúde, o
governo estadual já comprou
equipamentos para criar seis leitos de UTI obstétrica na maternidade Cândida Vargas, referência
no Estado em gravidez de alto risco, mas aguarda uma reforma no
hospital que será feita pela Prefeitura de João Pessoa.
O Ministério da Saúde, por
meio da assessoria de imprensa,
informou que ainda não foi notificado oficialmente sobre as mortes em João Pessoa e não poderia
se pronunciar.
(CC)
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