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Há 4 dias, protesto de mulheres de PMs impede policiamento em RO
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Um protesto por aumento
salarial de policiais militares,
organizado por mulheres de
soldados e sargentos da corporação, deixa Porto Velho sem
policiamento há quatro dias.
Os manifestantes bloqueiam
a saída de batalhões na capital
de Rondônia e esvaziam pneus
de carros da PM. Os protestos
aumentaram ontem, com a
obstrução da saída de ônibus
públicos das garagens. Cerca de
250 mil pessoas ficaram sem
transporte, segundo o governo.
À tarde, dezenas de pessoas
ligadas ao movimento bloquearam em Porto Velho um trecho
da BR-364, que liga Rondônia
ao Acre, por cerca de uma hora.
O movimento afirma ter reunido mil mulheres na capital e
em outras partes do Estado.
Com a ação, policiais entram
nos batalhões, se apresentam,
mas não saem às ruas -alguns
tiveram até a farda retirada.
Um policial militar em começo de carreira em Rondônia ganha R$ 920. O aumento pedido
é de 50%, e o governo concedeu
reajuste de 4%. O Estado tem
5.000 PMs.
Não havia policiais nas ruas
de Porto Velho ontem, segundo
o movimento. O governo afirma que 10% dos 1.500 policiais
da cidade trabalharam e que,
pelo interior, o movimento
atingiu 50% do efetivo.
Diante da situação, o governador Ivo Cassol (sem partido)
pediu ajuda às polícias Civil e
Federal, e solicitou o envio da
Força Nacional de Segurança
-que não havia sido autorizado
pelo Ministério da Justiça até o
início da noite de ontem.
A situação causou caos em
Porto Velho, segundo o presidente do Sinsepol (Sindicato da
Polícia Civil), Cícero Moreira.
Ele disse que foram registrados cinco homicídios na cidade
no final de semana, com um policial civil morto em confronto
com assaltantes. Até ontem à
tarde houve registro de oito assaltos à mão armada na cidade.
Os números estão acima da média, segundo o sindicato.
"A Polícia Civil não tem efetivo nem munição para enfrentar essa situação incontrolável.
Hoje nos negamos a fazer patrulhamento, mas só na Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio, 26 dos 28 policiais tiveram que ir para as ruas", disse
Moreira.
O bloqueio levou o governo
estadual a deslocar 96 funcionários de sua guarda particular
para fazer policiamento na capital. Uma reunião com o movimento teve início à noite.
A Justiça de Rondônia considerou o movimento das mulheres de policiais ilegal e determinou multa de R$ 50 mil por "cada ato vedado praticado".
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