São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008

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PARÁ

ONU afirma que mortes de bebês são "alarmantes"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

A vice-presidente do Comitê dos Direitos da Criança da ONU (Organização das Nações Unidas), Rosa Maria Ortiz, disse ontem, em Belém, considerar "alarmantes" as mortes de recém-nascidos na Santa Casa da cidade. Ela também apontou omissão do Ministério Público do Pará no caso.
No mês passado, 54 crianças morreram na maternidade do hospital estadual -12 delas em três dias. De janeiro a junho, foram 253 mortes.
A paraguaia Ortiz, que esteve no Pará para ouvir autoridades estaduais e organizações civis sobre violações aos direitos humanos das crianças, recebeu um relato da situação na Santa Casa durante reunião na OAB (Ordem do Advogados do Brasil) local, com a presença de um diretor do Sindicato dos Médicos do Estado.
"Se o número [54 mortes] é certo, é alarmante. Mostra que faltam instâncias de controle", disse Ortiz. "As crianças não estão em primeiro lugar nas políticas públicas brasileiras." Para ela, a Promotoria deveria ter agido logo que as primeiras denúncias de médicos foram feitas, em 2006. A ação civil pública proposta pelo Ministério Público é de março deste ano. Cita problemas do prédio, falta de médicos e superlotação.
A reportagem procurou o promotor Ernestino Pantoja, que investiga o caso, mas ele não atendeu o celular ontem. Também não houve resposta na sede do Ministério Público.
Ortiz disse que a comissão da ONU só deve investigar o caso se receber relatório oficial do governo brasileiro ou do Pará.


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