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Régis está melhor, mas ainda apresenta trechos de risco
Após seis meses de concessão, obras emergenciais na estrada ainda não terminaram
A partir de hoje, concessionária é obrigada a fornecer guincho, ambulância e serviço mecânico na Régis e Fernão
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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Recapeamento da rodovia Régis Bittencourt, principal ligação entre São Paulo e Paraná; cobrança de pedágio deve começar no fim do ano
DA REPORTAGEM LOCAL
Esgotado o prazo para a conclusão de melhorias emergenciais, as rodovias Régis Bittencourt e Fernão Dias ainda têm
trechos de asfalto irregular e
faixas interditadas por obras.
A construção das praças de
pedágio também está atrasada
e, com ela, a cobrança -prevista para a partir de hoje, só deve
começar no fim do ano.
A Folha percorreu na terça-feira cerca de 280 quilômetros
do trecho paulista da Régis Bittencourt, que interliga SP e PR,
e é tida há anos como uma das
mais perigosas de São Paulo.
Embora as condições de viagem já não sejam tão precárias
quanto as da última vistoria,
em junho, a estrada está longe
de se tornar um tapete.
Ainda apresenta riscos. Em
muitos trechos, por exemplo,
não há acostamento. Em outros, há desnivelamento de pista e a sinalização no chão não
foi concluída. Faltam também
tachões luminosos.
A Fernão Dias (que liga SP e
MG) se encontra em condições
parecidas. A concessão das
duas rodovias à iniciativa privada, firmada em fevereiro,
previa que, em seis meses, o
grupo espanhol OHL sanaria
problemas que trouxessem
"riscos pessoais e materiais
iminentes" e deixasse as estradas com o "mínimo de segurança e conforto".
Essas obras e a conclusão das
praças de pedágio, previstas
para terminar até ontem, eram
as condições para a liberação
do pedágio a partir deste mês.
Segundo a OHL, o atraso das
praças se deve à burocracia para obtenção de licenças ambientais e à demora da publicação do decreto presidencial para desapropriação dos terrenos, que só saiu em julho.
Até ontem, a ANTT (Agência
Nacional dos Transportes Terrestres) ainda não havia concluído sua vistoria das condições das estradas, mas o órgão
adiantou que a cobrança do pedágio não seria autorizada, já
que ainda não há praças.
Segundo a ANTT, há possibilidade de o pedágio ser cobrado
com valor retroativo a agosto,
caso se comprove que o atraso
na edição do decreto tenha
ocorrido por culpa do governo.
Independentemente de ter
havido ou não atraso, a OHL
começa hoje a cumprir uma
outra exigência do contrato:
oferta gratuita de atendimento
médico, guinchos, serviços mecânicos e ouvidoria.
Obras
O trecho não duplicado da
Régis, na serra do Cafezal, entre Itapecerica da Serra (Grande SP) e Miracatu (138 km de
SP), é justamente um dos que
têm obras em curso.
Na maior parte dos 35 km de
curvas em declive, não há acostamento e a interdição de uma
das faixas faz com que motoristas que trafegam nos dois sentidos tenham que dividir uma
faixa estreita de pista.
A principal melhoria foi o recapeamento de partes de pista
-que já estão liberadas enquanto as obras prosseguem no
pedaço ao lado, como no trecho
próximo à fronteira com o Paraná, entre Cajati e Barra do
Turvo (322 km de SP).
Buracos grandes foram tapados, pontes foram recuperadas,
o mato que cobria a sinalização
nas margens da pista foi cortado e boa parte das placas é nova.
"A sinalização melhorou, mas
onde tinha buraco agora tem
lombada", diz o caminhoneiro
Elton Pereira, referindo-se ao
asfalto desnivelado.
"Ainda tem muito buraco,
principalmente em Registro",
afirma o caminhoneiro Carlos
Gonzales. Para ele, a estrada
melhorou. "Mas, se for cobrar
pedágio, ainda deixa a desejar."
(RICARDO SANGIOVANNI e ALENCAR IZIDORO)
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