São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Régis está melhor, mas ainda apresenta trechos de risco

Após seis meses de concessão, obras emergenciais na estrada ainda não terminaram

A partir de hoje, concessionária é obrigada a fornecer guincho, ambulância e serviço mecânico na Régis e Fernão


Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Recapeamento da rodovia Régis Bittencourt, principal ligação entre São Paulo e Paraná; cobrança de pedágio deve começar no fim do ano

DA REPORTAGEM LOCAL

Esgotado o prazo para a conclusão de melhorias emergenciais, as rodovias Régis Bittencourt e Fernão Dias ainda têm trechos de asfalto irregular e faixas interditadas por obras.
A construção das praças de pedágio também está atrasada e, com ela, a cobrança -prevista para a partir de hoje, só deve começar no fim do ano.
A Folha percorreu na terça-feira cerca de 280 quilômetros do trecho paulista da Régis Bittencourt, que interliga SP e PR, e é tida há anos como uma das mais perigosas de São Paulo.
Embora as condições de viagem já não sejam tão precárias quanto as da última vistoria, em junho, a estrada está longe de se tornar um tapete.
Ainda apresenta riscos. Em muitos trechos, por exemplo, não há acostamento. Em outros, há desnivelamento de pista e a sinalização no chão não foi concluída. Faltam também tachões luminosos.
A Fernão Dias (que liga SP e MG) se encontra em condições parecidas. A concessão das duas rodovias à iniciativa privada, firmada em fevereiro, previa que, em seis meses, o grupo espanhol OHL sanaria problemas que trouxessem "riscos pessoais e materiais iminentes" e deixasse as estradas com o "mínimo de segurança e conforto".
Essas obras e a conclusão das praças de pedágio, previstas para terminar até ontem, eram as condições para a liberação do pedágio a partir deste mês.
Segundo a OHL, o atraso das praças se deve à burocracia para obtenção de licenças ambientais e à demora da publicação do decreto presidencial para desapropriação dos terrenos, que só saiu em julho.
Até ontem, a ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) ainda não havia concluído sua vistoria das condições das estradas, mas o órgão adiantou que a cobrança do pedágio não seria autorizada, já que ainda não há praças.
Segundo a ANTT, há possibilidade de o pedágio ser cobrado com valor retroativo a agosto, caso se comprove que o atraso na edição do decreto tenha ocorrido por culpa do governo.
Independentemente de ter havido ou não atraso, a OHL começa hoje a cumprir uma outra exigência do contrato: oferta gratuita de atendimento médico, guinchos, serviços mecânicos e ouvidoria.

Obras
O trecho não duplicado da Régis, na serra do Cafezal, entre Itapecerica da Serra (Grande SP) e Miracatu (138 km de SP), é justamente um dos que têm obras em curso.
Na maior parte dos 35 km de curvas em declive, não há acostamento e a interdição de uma das faixas faz com que motoristas que trafegam nos dois sentidos tenham que dividir uma faixa estreita de pista.
A principal melhoria foi o recapeamento de partes de pista -que já estão liberadas enquanto as obras prosseguem no pedaço ao lado, como no trecho próximo à fronteira com o Paraná, entre Cajati e Barra do Turvo (322 km de SP).
Buracos grandes foram tapados, pontes foram recuperadas, o mato que cobria a sinalização nas margens da pista foi cortado e boa parte das placas é nova. "A sinalização melhorou, mas onde tinha buraco agora tem lombada", diz o caminhoneiro Elton Pereira, referindo-se ao asfalto desnivelado.
"Ainda tem muito buraco, principalmente em Registro", afirma o caminhoneiro Carlos Gonzales. Para ele, a estrada melhorou. "Mas, se for cobrar pedágio, ainda deixa a desejar."
(RICARDO SANGIOVANNI e ALENCAR IZIDORO)



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