São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2010

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ANTÔNIO CARLOS GRIMALDI (1936 - 2010)

Colonizador do oeste do Brasil

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Antônio Carlos Grimaldi queria que a cidade criada no noroeste do Mato Grosso, nos anos 70, pela empresa na qual trabalhava se chamasse Perseverança Pacutinga, nome de dois rios da região.
O curso do projeto, porém, saiu do controle.
Sob o lema "integrar para não entregar" e incentivo do governo federal para a colonização do interior do Brasil, ele era um dos três diretores da Colniza Colonização, Comércio e Indústria responsáveis pela criação da cidade.
Abriu estradas e construiu uma infraestrutura para vender os lotes aos colonos.
Logo o nome da empresa passou a denominar o povoado, distrito de Aripuanã (MT). Nasceu Colniza, que se tornou cidade só em 1998.
Após ondas migratórias, grileiros e madeireiros invadiram o local nos anos 80.
Antônio denunciou as invasões, mas saiu de lá sob ameaças. "Foi a maior tristeza da minha vida", disse numa entrevista.
Em 2006, um levantamento apontou Colniza como a cidade mais violenta do país. O município é uma das principais áreas de avanço do desmatamento da Amazônia.
Nascido em Santo Antônio de Posse (SP), mudou-se, em 60, para São Paulo e casou-se com Maria Apparecida.
Antes de colonizar Mato Grosso, formou-se em direito na USP e trabalhou por 23 anos como juiz conselheiro do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado
Morreu na terça, aos 74, em São Paulo, de parada cardíaca. Deixa mulher, quatro filhos e oito netos. A missa de sétimo dia será amanhã, às 12h, na Igreja Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Europa.

coluna.obituario@uol.com.br


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