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ANTÔNIO CARLOS GRIMALDI (1936 - 2010)
Colonizador do oeste do Brasil
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Antônio Carlos Grimaldi
queria que a cidade criada no
noroeste do Mato Grosso, nos
anos 70, pela empresa na
qual trabalhava se chamasse
Perseverança Pacutinga, nome de dois rios da região.
O curso do projeto, porém,
saiu do controle.
Sob o lema "integrar para
não entregar" e incentivo do
governo federal para a colonização do interior do Brasil,
ele era um dos três diretores
da Colniza Colonização, Comércio e Indústria responsáveis pela criação da cidade.
Abriu estradas e construiu
uma infraestrutura para vender os lotes aos colonos.
Logo o nome da empresa
passou a denominar o povoado, distrito de Aripuanã
(MT). Nasceu Colniza, que se
tornou cidade só em 1998.
Após ondas migratórias,
grileiros e madeireiros invadiram o local nos anos 80.
Antônio denunciou as invasões, mas saiu de lá sob
ameaças. "Foi a maior tristeza da minha vida", disse numa entrevista.
Em 2006, um levantamento apontou Colniza como a cidade mais violenta do país. O
município é uma das principais áreas de avanço do desmatamento da Amazônia.
Nascido em Santo Antônio
de Posse (SP), mudou-se, em
60, para São Paulo e casou-se
com Maria Apparecida.
Antes de colonizar Mato
Grosso, formou-se em direito
na USP e trabalhou por 23
anos como juiz conselheiro
do Tribunal de Impostos e
Taxas do Estado
Morreu na terça, aos 74,
em São Paulo, de parada cardíaca. Deixa mulher, quatro
filhos e oito netos. A missa de
sétimo dia será amanhã, às
12h, na Igreja Nossa Senhora
do Brasil, no Jardim Europa.
coluna.obituario@uol.com.br
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