São Paulo, Domingo, 15 de Agosto de 1999
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População cobra mudanças

da enviada especial

Assustada com o aumento dos índices de violência, a população pressiona os órgãos públicos, que, lentamente, começam a reagir.
"Acho que os governos ainda estão reagindo muito devagar, mas pelo menos estamos vendo a sociedade se mexer", diz Jesus Bezerra, coordenador da federação das Associações de Moradores de Serra.
Depois da violência das últimas semanas, houve dois protestos em Serra e um em Jucutuquara. Os protestos do prefeito de Serra, que foi à imprensa local cobrar providências do governo do Estado, estão dando resultado: a Assembléia Legislativa do Espírito Santo deve aprovar, na próxima terça, a abertura de uma CPI para investigar a ação dos grupos de extermínio da cidade.
Além disso, a prefeitura de Vitória, que já havia detectado o crescimento da violência na região metropolitana, prepara o 1º Fórum Vitória com Segurança, que vai recolher propostas da comunidade para acabar com a violência. "Temos de ajudar a organizar a população e fazer com que ela se integre com os órgãos de segurança pública", diz o prefeito, Luis Paulo Velloso Lucas (PSDB).
Na opinião de Nilda Turra, do programa de proteção a testemunhas do ES, o aumento dos homicídios tem aproximado o problema da população e gerado revolta. "As reações ainda são tímidas, é preciso mais. Mas agora, que a classe média está começando a sentir a gravidade da situação, talvez o poder público tome providências mais eficientes", diz.
A polícia interativa, que age de acordo com discussões da comunidade, é uma boa iniciativa, para o vereador de Serra Givaldo Vieira (PT), membro do conselho interativo de segurança. "Mas, desde que começamos a funcionar, há quatro anos, temos sido quase que a única fonte de investimentos em segurança no município."


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