São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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ONG denuncia Prefeitura do Rio por maus-tratos a morador de rua

DA SUCURSAL DO RIO

A Justiça Global e os Médicos Sem Fronteiras enviaram denúncia contra a Prefeitura do Rio ao relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para as questões de direito à moradia, o arquiteto indiano Miloon Kothari, em Genebra (Suíça).
As duas organizações acusam a operação cata-tralha, executada pela Comlurb, Guarda Municipal e Secretaria Municipal de Governo, de cometer maus-tratos, desrespeito e abuso contra a população de rua da cidade.
A operação pretende supostamente retirar entulhos das ruas.
Segundo o documento, além da violência da ação, os funcionários dos órgãos do governo carioca recolhem documentos, remédios, laudos médicos, cobertores e roupas dos moradores de rua.
A denúncia também foi remetida anteontem ao relator especial sobre direito à saúde da ONU, Paulo Hunt. A intenção é incluir a acusação no relatório anual das duas divisões, que serão apresentados na Conferência de Direitos Humanos da ONU, na Suíça, no próximo ano. "Há um ano, estamos colecionando relatos de maus-tratos contra essas pessoas", disse a portuguesa Susana de Deus, coordenadora-geral dos Médicos Sem Fronteiras no Rio.
A equipe do Meio-Fio, projeto organizado pelos Médicos Sem Fronteiras, atende aos moradores de ruas há quatro anos.

Outro lado
A Secretaria Municipal de Governo do Rio, por meio de sua assessoria, afirmou desconhecer as acusações de maus-tratos e desrespeito aos moradores de rua.
A secretaria afirma que a operação tem como intenção apenas recolher entulho das ruas da cidade. O órgão nega levar os pertences dos moradores e afirma que os funcionários da Comlurb não atuam com violência.


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