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Juiz espanhol alerta para o perigo
de ataques em SP se alastrarem
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
No encerramento da 4ª Conferência Executiva de Segurança
Pública para a América do Sul,
realizada em Porto Alegre, o juiz
da Audiência Nacional da Espanha Baltasar Garzón afirmou, para a Agência Folha, que os assassinatos de indigentes em São Paulo
devem ser contidos imediatamente, para não se alastrarem. Ele
disse ter certeza de que os ataques
são organizados.
Garzón, que se notabilizou por
determinar a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet,
em 1998, fez a declaração como
um alerta ao Estado, a quem responsabilizou pelos crimes.
""O combate a essa prática deve
ser prioridade de Estado, porque
está evidenciado que se trata de
organizações criminais, e a ausência de controle pode até mesmo
encorajá-las", disse Garzón.
"Não há palavras para definir
esses crimes. Qualquer crime é
execrável, mas, quando a pessoa é
indefesa e resultado de uma sociedade voraz, fruto de um neoliberalismo terrível, a responsabilidade por parte do Estado é maior,
deveria ser prioritária a proteção
das mesmas."
Especialista também em terrorismo, Garzón recomendou o fim
dos paraísos fiscais, entre outras
medidas para impossibilitar crimes transnacionais.
A conferência ocorreu no Centro de Exposições da FIERGS (Federação das Indústrias do Rio
Grande do Sul). Em uma feira, foram apresentados equipamentos
de última geração no setor, como
armas não-letais, balas de borracha e granadas lacrimogêneas e
lançador de pimenta líquida.
Também foi apresentado um
furgão, o Master Furgão L2H2, da
Renault, com computador, impressora, scanner, identificador
de placas e outros equipamentos
de uma delegacia -a empresa o
define como "delegacia móvel".
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