São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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Juiz espanhol alerta para o perigo de ataques em SP se alastrarem

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

No encerramento da 4ª Conferência Executiva de Segurança Pública para a América do Sul, realizada em Porto Alegre, o juiz da Audiência Nacional da Espanha Baltasar Garzón afirmou, para a Agência Folha, que os assassinatos de indigentes em São Paulo devem ser contidos imediatamente, para não se alastrarem. Ele disse ter certeza de que os ataques são organizados.
Garzón, que se notabilizou por determinar a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, em 1998, fez a declaração como um alerta ao Estado, a quem responsabilizou pelos crimes.
""O combate a essa prática deve ser prioridade de Estado, porque está evidenciado que se trata de organizações criminais, e a ausência de controle pode até mesmo encorajá-las", disse Garzón.
"Não há palavras para definir esses crimes. Qualquer crime é execrável, mas, quando a pessoa é indefesa e resultado de uma sociedade voraz, fruto de um neoliberalismo terrível, a responsabilidade por parte do Estado é maior, deveria ser prioritária a proteção das mesmas."
Especialista também em terrorismo, Garzón recomendou o fim dos paraísos fiscais, entre outras medidas para impossibilitar crimes transnacionais.
A conferência ocorreu no Centro de Exposições da FIERGS (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul). Em uma feira, foram apresentados equipamentos de última geração no setor, como armas não-letais, balas de borracha e granadas lacrimogêneas e lançador de pimenta líquida.
Também foi apresentado um furgão, o Master Furgão L2H2, da Renault, com computador, impressora, scanner, identificador de placas e outros equipamentos de uma delegacia -a empresa o define como "delegacia móvel".


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