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SAÚDE
Médicos dizem que exame é pouco utilizado no Brasil
Estudo nos EUA vê risco de câncer em tomografia de corpo inteiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Um estudo da Universidade de
Columbia (Estados Unidos), divulgado na semana retrasada -e
alvo de editorial do "New York Times" na semana que passou-,
chamou a atenção para o risco de
um tipo de exame de imagem, a
tomografia computadorizada de
corpo inteiro, causar câncer.
Apesar de o alerta ser importante, especialistas brasileiros apontam que o exame é pouco utilizado no país. Segundo pesquisa feita por David Brenner, publicada
na revista "Radiology", esse tipo
de procedimento diagnóstico,
usado no rastreamento de tumores, pode, ironicamente, aumentar o risco total de câncer.
A dose estimada de radiação recebida nos pulmões ou no estômago em um só exame corresponde a recebida por sobreviventes de bombas atômicas, afirmou
Brenner, que considera que o risco do exame supera o benefício.
"Não há pedido, o SUS [Sistema
Único de Saúde] não paga e não
há esse procedimento na tabela
dos convênios", diz o presidente
do Colégio Brasileiro de Radiologia, Aldemir Humberto Soares.
Ele diz que no país, diferentemente de nos EUA, os exames radiológicos só podem ser feitos
com pedido de médico ou dentista. "Na tomografia de todo o corpo realmente o volume de radiação é grande", afirma.
Segundo Soares, além dos americanos fazerem o exame por conta própria, naquele país os médicos preferem esse tipo de procedimento ao ultra-som (mais usado
no Brasil). "Nos EUA é comum
um paciente com trauma chegar
ao hospital e ser feita uma tomografia de corpo inteiro." O presidente diz que no Brasil existe pedidos dirigidos da tomografia,
apenas para uma parte do corpo.
"O exame [de corpo inteiro]
não se justifica. Ele deve ser objetivo, não um procedimento de
varredura", diz Giovanni Guido
Cerri, diretor da Faculdade de
Medicina da Universidade de São
Paulo.
(FABIANE LEITE)
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