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DIREITOS HUMANOS
Entidades são impedidas de entrar na Febem
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrantes de entidades de direitos humanos foram impedidos
de entrar ontem no complexo da
Vila Maria da Febem, apesar de
possuírem uma autorização judicial que permitia o acesso ao local.
Eles queriam verificar denúncias
de que os internos teriam sido espancados no domingo.
De acordo com a advogada
Eloísa Machado, da ONG de direitos humanos Conectas, a transparência e disposição da Febem
do começo do ano não existe
mais. "Houve uma regressão na
forma de lidar com as denúncias.
Tentam esconder as agressões para fingir que elas não acontecem."
De acordo com a advogada, as
entidades estão bastantes preocupadas com a atual situação dos internos na Febem. "Na semana
passada, constatamos meninos
machucados na unidade Tietê.
Voltamos para verificar novas denúncias, mas a Febem desobedeceu a ordem judicial e não nos
deixou entrar."
A presidente da Amar (associação de mães de internos), Conceição Paganele, disse que no sábado
retrasado viu vários meninos machucados, dois deles com o braço
quebrado. "Não deixaram a gente
entrar para dar tempo de as marcas sumirem", disse.
A Febem (Fundação Estadual
do Bem-Estar do Menor) está
apurando as denúncias e os internos foram encaminhados ao IML
(Instituto Médico Legal) para fazer exames de corpo de delito.
Ontem, três corregedores foram à
Vila Maria conversar com os internos e, por isso, segundo a instituição, os visitantes não puderam
entrar -mas eles poderiam ficar
na diretoria.
De acordo com a fundação, 23
dos 108 jovens da unidade estavam com marcas nas costas. Mas
oito adolescentes disseram à corregedoria ter praticado autoflagelação com o objetivo de serem levados para outra unidade. Eles teriam usado um tanque e uma parede áspera para fazer as marcas
que traziam nas costas.
(AFRA BALAZINA)
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