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URBANISMO
Projeto que estimula negócios na região foi anunciado ontem pelo prefeito Serra, mas falta aval da Câmara
IPTU cai 50% para loja nova na "cracolândia"
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Desconto de 50% no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e de até 60% no ISS (Imposto
Sobre Serviços) por um período
de cinco anos. Esses são alguns
dos atrativos que a Prefeitura de
São Paulo pretende oferecer para
atrair empresas e moradores para
a "cracolândia" e revitalizar a
área, uma das mais degradadas
do centro da cidade.
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), anunciou ontem os
detalhes do projeto de lei com os
incentivos fiscais que será encaminhado ainda nesta semana para a Câmara Municipal. O prefeito
acredita que será aprovado sem
problemas por significar redução
e não aumento de impostos.
A medida é voltada para empreendimentos de habitação, comércio e serviços. Além dos descontos no IPTU e no ISS, quem se
instalar na área também terá direito a redução de 50% no ITBI
(Imposto sobre Transmissão de
Bens Imóveis) e de redução de
60% do ISS incidente sobre os serviços de construção ou reforma
do imóvel.
"A prefeitura não vai perder
praticamente nada", afirmou o
prefeito, que espera, como resultado da valorização da área, um
aumento na arrecadação de impostos. Segundo Serra, se o projeto tiver um bom resultado pode
ser aplicado em outras áreas.
Os investimentos imobiliários
serão dirigidos à classe média e
devem ser construídos numa área
de 105 mil metros quadrados declarada de utilidade pública por
meio de decreto municipal assinado na última semana.
Em caminhada que fez pela região, Serra recebeu apelos de comerciantes contra a desapropriação. O prefeito afirmou que nem
tudo será desapropriado e acrescentou que o objetivo do decreto é
evitar a especulação imobiliária.
A isenção fiscal irá gerar uma
renúncia de receita de R$ 500 mil
neste ano e de R$ 1,5 milhão
anuais em 2006 e 2007, segundo a
prefeitura. O poder público pretende recuperar o dinheiro com a
valorização imobiliária da área, o
que deve ampliar a arrecadação
de impostos.
Investimento mínimo
Para poder ter direito ao benefício, o interessado terá que fazer
um investimento mínimo de R$
50 mil na instalação de um novo
negócio ou no reequipamento,
expansão ou reforma de um empreendimento já existente.
Além da redução de impostos, o
projeto de lei também prevê a
concessão de incentivos a investimentos. O empresário que aplicar
recursos na região receberá, ao
concluir o investimento, um CID
(Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento).
Esse "crédito" poderá ser usado
para pagamento de saldo de IPTU
ou de ISS e também para adquirir
créditos de bilhete único para os
funcionários da empresa.
Para empreendimentos residenciais e comerciais, será emitido um certificado no valor de 50%
dos recursos investidos. Já na área
de serviços, o incentivo é maior:
80% do total aplicado. Um exemplo: quem investir R$ 1 milhão terá um incentivo de R$ 500 mil, ou
R$ 800 mil, dependendo do setor.
Em alguns casos, a pessoa poderá ter isenção total. "Nós estamos
dando incentivo de 50% de IPTU,
os outros 50% ele poderá pagar
com esse certificado. Isso significa
dizer que ele pode ter 100% de
isenção do IPTU", afirmou o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa.
Desapropriação
A prefeitura não concluiu o projeto urbanístico que será feito na
área declarada de utilidade pública. Segundo o secretário de Serviços e subprefeito da Sé, Andrea
Matarazzo, estão sendo avaliados
os imóveis para que seja decidido
quantos serão desapropriados.
A idéia é poupar estabelecimentos que estejam funcionando. O
secretário afirmou que escolas e
empresas de software e de call
center já procuraram a secretaria
e manifestaram interesse.
Segundo Matarazzo, será usado
como modelo um pólo tecnológico criado no Recife.
O projeto urbanístico deve ficar
pronto em 30 dias. A área que for
desapropriada servirá, principalmente, a empreendimentos habitacionais. Para Matarazzo, o fato
de ficar perto de estações de metrô e estar na região central deve
atrair possíveis moradores.
Segundo o secretário de Habitação, Orlando Almeida, a idéia é
construir apartamentos de dois e
três dormitórios.
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