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FORA DO PRUMO
Segundo prefeito, engenheiro executou projeto diferente do aprovado pela Secretaria Municipal da Habitação
Serra critica obra de unidade do Delboni
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que assinou parceria
com uma organização não-governamental para criar mecanismos
de combate à corrupção na cidade
de São Paulo, o prefeito José Serra
(PSDB) fez duras críticas a um caso de construção irregular.
Ele se referiu à obra, ainda inacabada, de uma nova unidade do
laboratório de análises clínicas
Delboni Auriemo, na zona sul.
Segundo o prefeito, há diversas
ilegalidades na aprovação das
plantas, na medição do recuo
obrigatório, na área que deveria
ser permeável e no tratamento
dado às árvores dentro do terreno
da obra. "Houve várias malandragens nesse caso. O engenheiro
executou um projeto diferente do
que estava aprovado na Sehab
(Secretaria Municipal da Habitação)", afirmou Serra.
Ele disse que a prefeitura vai desarquivar o processo que liberou a
construção e também abrirá inquérito administrativo para apurar o possível envolvimento de
funcionários públicos nesse caso.
A administração tucana suspeita que servidores tenham facilitado a aprovação do projeto ou então feito vista grossa às ilegalidades detectadas nesta semana pela
equipe de Serra.
Apuração preliminar da prefeitura aponta diferença nas medições do terreno da obra. Em certo
trecho, a área da frente teria 22,8
metros. Em outro, 40 metros
-uma variação quase 20 metros
para o mesmo trecho.
A administração também apura
o tratamento dado a 95 eucaliptos, alguns com até 30 metros de
altura. Nesse caso, a suspeita é que
o laboratório tentava se livrar da
obrigação de pagar as compensações ambientais necessárias.
O caso começou com uma reclamação de moradores do Jardim Marajoara, um loteamento
vizinho à obra. Eles haviam conseguido em agosto uma liminar
para embargar a construção.
Em nota divulgada na noite de
ontem, o laboratório nega irregularidades e diz que obteve decisão
judicial cassando a liminar, o que
permitiria o reinício imediato das
obras.
Parceria
A prefeitura pagará nos próximos quatro meses R$ 126 mil à
ONG Transparência Brasil para
um estudo de medidas de prevenção e combate à corrupção.
A organização estudará a criação de ouvidorias nas subprefeituras, de um disque-corrupção,
para atendimento de denúncias, e
fará um levantamento do mapa
de riscos de corrupção nas atividades e processos da administração.
(FABIO SCHIVARTCHE)
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