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PM diz que investigará "possíveis excessos"
Comando geral afastou comandante da ação na Fundação Santo André e disse que "possíveis abusos e excessos" não são admitidos
Segundo a corporação, os policiais tentaram negociar por cinco vezes uma desocupação pacífica, mas estudantes os enfrentaram
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando geral da Polícia
Militar informou ontem que
abriu Inquérito Policial Militar
para investigar a ação de policiais militares para retirada de
estudantes que invadiram a reitoria do Centro Universitário
Fundação Santo André.
"A PM foi chamada pela reitoria da faculdade e iniciou a
negociação com os manifestantes para que desocupassem o
local. Por cinco vezes, houve a
tentativa de convencer os alunos a saírem pacificamente,
sendo que na última eles resistiram e enfrentaram os policiais", diz a nota oficial.
"Os possíveis abusos e excessos durante a ação policial não
são admitidos pela Polícia Militar, que já instaurou Inquérito
Policial Militar para a devida
apuração dos fatos e afastou o
comandante da ação [tenente-coronel Jairo Bonifácio]."
O tenente-coronel Francisco
Rissi Filho, comandante do 10º
Batalhão, negou ter havido excesso por parte dos PMs. Segundo ele, dois funcionários da
faculdade confirmaram a legitimidade da ação: uma advogada
e um dos responsáveis pela segurança. Sobre o estudante fotografado ensangüentado durante a confusão, o oficial disse:
"Ele se feriu durante a invasão
da reitoria, quando tentava arrombar uma porta do local. Foram as próprias pessoas da faculdade que me contaram".
O coronel afirmou que a PM
não precisava de mandado judicial para entrar na reitoria
"porque uma série de crimes
ocorria naquele momento".
A Folha pediu uma entrevista com o governador José Serra, mas sua assessoria afirmou
que ele não poderia atender ao
pedido. O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, não se manifestou.
Faculdade
O centro universitário divulgou ontem uma nota negando
que pretenda dar reajustes de
mensalidades superiores a
100%, como afirmam os alunos.
"Eventuais reajustes e correções para o próximo ano estão
em discussão e somente serão
definidos após aprovação dos
órgãos competentes."
A nota ainda diz que foram
tomadas medidas para a manutenção das atividades acadêmicas e administrativas e para a
preservação do patrimônio.
O advogado da Fundação
Santo André, Carlos Alberto
Barbosa, disse à Polícia Civil
que não sabia dimensionar os
prejuízos, mas que cadeiras, vidros, portas e salas do prédio da
reitoria foram destruídos.
De acordo com a assessoria
de imprensa, a reitoria não foi
procurada pelos estudantes para uma conversa sobre as mensalidades e eles já chegaram ao
local com faixas, colchões e alimentos para ocupar o local.
Ainda segundo a assessoria, a
diretoria estudará se alguma
sanção será imposta aos alunos. Nenhum dos diretores foi
encontrado para comentar a
ação da polícia.
(ANDRÉ CARAMANTE E DANIELA TÓFOLI)
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