São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

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PM diz que investigará "possíveis excessos"

Comando geral afastou comandante da ação na Fundação Santo André e disse que "possíveis abusos e excessos" não são admitidos

Segundo a corporação, os policiais tentaram negociar por cinco vezes uma desocupação pacífica, mas estudantes os enfrentaram

DA REPORTAGEM LOCAL

O comando geral da Polícia Militar informou ontem que abriu Inquérito Policial Militar para investigar a ação de policiais militares para retirada de estudantes que invadiram a reitoria do Centro Universitário Fundação Santo André.
"A PM foi chamada pela reitoria da faculdade e iniciou a negociação com os manifestantes para que desocupassem o local. Por cinco vezes, houve a tentativa de convencer os alunos a saírem pacificamente, sendo que na última eles resistiram e enfrentaram os policiais", diz a nota oficial.
"Os possíveis abusos e excessos durante a ação policial não são admitidos pela Polícia Militar, que já instaurou Inquérito Policial Militar para a devida apuração dos fatos e afastou o comandante da ação [tenente-coronel Jairo Bonifácio]."
O tenente-coronel Francisco Rissi Filho, comandante do 10º Batalhão, negou ter havido excesso por parte dos PMs. Segundo ele, dois funcionários da faculdade confirmaram a legitimidade da ação: uma advogada e um dos responsáveis pela segurança. Sobre o estudante fotografado ensangüentado durante a confusão, o oficial disse: "Ele se feriu durante a invasão da reitoria, quando tentava arrombar uma porta do local. Foram as próprias pessoas da faculdade que me contaram".
O coronel afirmou que a PM não precisava de mandado judicial para entrar na reitoria "porque uma série de crimes ocorria naquele momento".
A Folha pediu uma entrevista com o governador José Serra, mas sua assessoria afirmou que ele não poderia atender ao pedido. O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, não se manifestou.

Faculdade
O centro universitário divulgou ontem uma nota negando que pretenda dar reajustes de mensalidades superiores a 100%, como afirmam os alunos. "Eventuais reajustes e correções para o próximo ano estão em discussão e somente serão definidos após aprovação dos órgãos competentes."
A nota ainda diz que foram tomadas medidas para a manutenção das atividades acadêmicas e administrativas e para a preservação do patrimônio.
O advogado da Fundação Santo André, Carlos Alberto Barbosa, disse à Polícia Civil que não sabia dimensionar os prejuízos, mas que cadeiras, vidros, portas e salas do prédio da reitoria foram destruídos.
De acordo com a assessoria de imprensa, a reitoria não foi procurada pelos estudantes para uma conversa sobre as mensalidades e eles já chegaram ao local com faixas, colchões e alimentos para ocupar o local. Ainda segundo a assessoria, a diretoria estudará se alguma sanção será imposta aos alunos. Nenhum dos diretores foi encontrado para comentar a ação da polícia.
(ANDRÉ CARAMANTE E DANIELA TÓFOLI)


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