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GEORG BARTH (1934-2009)
Aos 19 anos, era o mais jovem policial de São Paulo
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O policial mais novo de São
Paulo em 1954 foi Georg
Barth, que ainda não tinha
completado 20 anos quando
soube de sua nomeação.
Formado em contabilidade, não quis seguir no ramo.
Na época, um amigo havia sugerido que ele se candidatasse
a uma vaga de segurança na
estação da Luz, na capital. Ele
pensou bem e não tentou o
emprego, mas acabou ficando
interessado pela área. Georg
se tornou investigador.
Após passar por algumas
delegacias, foi convidado
-ainda no começo da carreira- para trabalhar no Dops
(Departamento de Ordem
Política e Social), órgão repressor criado durante o Estado Novo (1937-45).
Por um tempo, Georg teve
pretensões de se tornar delegado e começou inclusive a
estudar direito. Mas a rotina
de trabalhos e estudos lhe pareceu dura demais, e ele abriu
mão da faculdade.
Quando o regime militar se
instaurou, a partir do golpe de
1964, algo começou a mudar
em seu emprego. "Ele viu
muita coisa que não o agradou", conta Anna, sua mulher.
Durante o período, o Dops ficou marcado pelas torturas a
presos políticos em suas dependências.
Na casa dos 50, ele -que era
gordinho, como descreve a
mulher- se aposentou com
problemas de coluna.
Sofria de diabetes, que piorou nos últimos quatro anos.
Morreu segunda, aos 75 anos,
deixando três filhos e oito netos. A missa de sétimo dia será
no domingo, às 18h, na paróquia São José, na Vila Zelina,
em São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
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