São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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GEORG BARTH (1934-2009)

Aos 19 anos, era o mais jovem policial de São Paulo

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O policial mais novo de São Paulo em 1954 foi Georg Barth, que ainda não tinha completado 20 anos quando soube de sua nomeação.
Formado em contabilidade, não quis seguir no ramo. Na época, um amigo havia sugerido que ele se candidatasse a uma vaga de segurança na estação da Luz, na capital. Ele pensou bem e não tentou o emprego, mas acabou ficando interessado pela área. Georg se tornou investigador.
Após passar por algumas delegacias, foi convidado -ainda no começo da carreira- para trabalhar no Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão repressor criado durante o Estado Novo (1937-45).
Por um tempo, Georg teve pretensões de se tornar delegado e começou inclusive a estudar direito. Mas a rotina de trabalhos e estudos lhe pareceu dura demais, e ele abriu mão da faculdade.
Quando o regime militar se instaurou, a partir do golpe de 1964, algo começou a mudar em seu emprego. "Ele viu muita coisa que não o agradou", conta Anna, sua mulher.
Durante o período, o Dops ficou marcado pelas torturas a presos políticos em suas dependências.
Na casa dos 50, ele -que era gordinho, como descreve a mulher- se aposentou com problemas de coluna.
Sofria de diabetes, que piorou nos últimos quatro anos.
Morreu segunda, aos 75 anos, deixando três filhos e oito netos. A missa de sétimo dia será no domingo, às 18h, na paróquia São José, na Vila Zelina, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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