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DPs recusam registro de crime "menor"
Na 1ª noite do novo sistema de plantão em SP, recusa ocorreu em 10 das 18 delegacias que deveriam iniciar o regime de pré-atendimento
Com a mudança, distritos teriam de registrar relatos de crimes considerados de menor potencial sem fazer boletim de ocorrência
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na noite de anteontem, a primeira de funcionamento do
novo sistema de plantão de 25
delegacias das zonas norte e
leste de São Paulo, houve casos
em que policiais se recusaram a
atender as vítimas de crimes.
A Folha constatou a falha em
10 das 18 delegacias que deveriam fazer o pré-atendimento.
Pelo sistema, no período noturno os distritos devem registrar relatos de crimes considerados de menor potencial, como furto de documentos, sem
fazer boletim de ocorrência.
Nesses dez DPs, os policiais
diziam que o modelo de pré-atendimento não havia sido
implantado lá. A Secretaria da
Segurança Pública nega irregularidades.
Onde houve a recusa, as vítimas eram orientadas a procurar outra delegacia de plantão.
"Nada funciona à noite. Aqui,
estamos só nós e Deus. Quem
quiser ser atendido deve procurar a delegacia central da região", disse um investigador de
um DP na zona norte.
Nas outras oito delegacias
onde o sistema começou a operar, os policiais registravam os
crimes de menor potencial, como fora determinado.
Nos casos mais complexos,
os registros eram feitos em
uma das sete delegacias de
pronto atendimento da região.
Em alguns casos, a espera era
longa. A estudante Samanta Lima esperou quase duas horas
para ser atendida no 10º DP
(Penha), em que o atendimento é completo. Ela e uma colega
foram assaltadas por quatro rapazes quando saíam da universidade. O delegado Marco Antônio Caieiro disse que o plantão da noite estava "normal".
O objetivo das mudanças nos
plantões, segundo a secretaria,
é agilizar o atendimento e reforçar o setor investigativo da
Polícia Civil, liberando policiais dos plantões noturnos.
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