São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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DPs recusam registro de crime "menor"

Na 1ª noite do novo sistema de plantão em SP, recusa ocorreu em 10 das 18 delegacias que deveriam iniciar o regime de pré-atendimento

Com a mudança, distritos teriam de registrar relatos de crimes considerados de menor potencial sem fazer boletim de ocorrência

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na noite de anteontem, a primeira de funcionamento do novo sistema de plantão de 25 delegacias das zonas norte e leste de São Paulo, houve casos em que policiais se recusaram a atender as vítimas de crimes.
A Folha constatou a falha em 10 das 18 delegacias que deveriam fazer o pré-atendimento. Pelo sistema, no período noturno os distritos devem registrar relatos de crimes considerados de menor potencial, como furto de documentos, sem fazer boletim de ocorrência.
Nesses dez DPs, os policiais diziam que o modelo de pré-atendimento não havia sido implantado lá. A Secretaria da Segurança Pública nega irregularidades.
Onde houve a recusa, as vítimas eram orientadas a procurar outra delegacia de plantão. "Nada funciona à noite. Aqui, estamos só nós e Deus. Quem quiser ser atendido deve procurar a delegacia central da região", disse um investigador de um DP na zona norte.
Nas outras oito delegacias onde o sistema começou a operar, os policiais registravam os crimes de menor potencial, como fora determinado.
Nos casos mais complexos, os registros eram feitos em uma das sete delegacias de pronto atendimento da região.
Em alguns casos, a espera era longa. A estudante Samanta Lima esperou quase duas horas para ser atendida no 10º DP (Penha), em que o atendimento é completo. Ela e uma colega foram assaltadas por quatro rapazes quando saíam da universidade. O delegado Marco Antônio Caieiro disse que o plantão da noite estava "normal".
O objetivo das mudanças nos plantões, segundo a secretaria, é agilizar o atendimento e reforçar o setor investigativo da Polícia Civil, liberando policiais dos plantões noturnos.


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