São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2000

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SÃO PAULO
Dez horas de mau tempo entre a noite de anteontem e a manhã de ontem provocaram lentidão recorde no ano
Chuva causa congestionamento e apagões

DA REPORTAGEM LOCAL

As fortes pancadas de chuvas que atingiram a cidade de São Paulo, por dez horas seguidas, nos dois últimos dias, causaram o pior congestionamento do ano na cidade, deslizamentos de encostas e blecaute parcial em oito bairros.
Começou a chover anteontem, às 22h, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que mediu 36,1 milímetros até as 16h30 de ontem. Não chovia tanto na capital havia 61 dias.
Meio milhão de pessoas moram nas regiões atingidas pelos apagões. A Eletropaulo não soube precisar o total de casas afetadas. Segundo a empresa, as falhas ocorreram por mau contato nos fios, que estavam secos em razão do longo período de estiagem.
Butantã, Pinheiros, Lapa, Vila Maria, Alto de Pinheiros, Vila Remédios, Morumbi e Vila Medeiros foram as regiões mais prejudicadas. Blecautes duraram no máximo meia hora, entre a noite de anteontem e a manhã de ontem.
As cidades de Embu-Guaçu, Cotia e Cajamar (Grande São Paulo), também ficaram no escuro, por uma hora.
Às 9h de ontem, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), registrou 161 km de congestionamento -recorde no ano para o período da manhã. É quase a marca histórica de 163 km de lentidão registrada em 96. Na semana passada, mesmo com greve de ônibus, a lentidão foi de 130 km.
Das 2h às 9h, foram registrados 15 pontos de alagamento em São Paulo. Nas avenidas do Estado e Magalhães de Castro, apenas os veículos pesados conseguiam passar. A pista da marginal Tietê que dá acesso à rodovia dos Bandeirantes ficou intransitável.
O CPTrans (Comando de Policiamento de Trânsito) registrou 79 acidentes, entre 6h e 12h de ontem, sendo 34 deles com vítimas. A Defesa Civil atendeu 17 ocorrências nas dez horas de chuva mais intensa. Um barraco caiu e oito foram interditados na estrada de Aricanduva (zona sul), por causa de deslizamentos.
Para a prefeitura, os estragos provocados pelas chuvas poderiam ter sido piores, caso não existissem as obras antienchente. "Só os cinco piscinões em funcionamento retêm 1,5 milhão de m3 de água", afirma o secretário de Comunicações, Antenor Braido.
As chuvas, de acordo com Braido, serviram para testar o esquema emergencial montado pela prefeitura no ano passado. "Às 5h55, a cidade já havia entrado em estado de alerta, o que quer dizer que todos, da Defesa Civil ao Corpo de Bombeiros, estavam de prontidão."


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