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Enchente prejudicou ex-prefeita
DA REPORTAGEM LOCAL
E DO BANCO DE DADOS
O início do mandato de todos
os prefeitos coincide com o período das chuvas. As enchentes costumam não só prejudicar os paulistanos mas também o novo prefeito. A ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) é um exemplo -ao tomar posse, em janeiro de 89, na
época pelo PT, viu-se às voltas
com uma das piores temporadas
de chuvas da década.
Logo no dia 25 de janeiro daquele ano, um forte temporal alagou toda a cidade. Na marginal
Tietê, a situação foi pior. Além de
a via ter sido inundada, um curto-circuito no Anhembi, que abrigava a 37ª Fenit (Feira Nacional da
Indústria Têxtil), provocou um
início de incêndio nos estandes. O
local estava lotado de visitantes.
No dia 4 de fevereiro, 45 famílias
desabrigadas pelas enchentes,
instaladas em duas escolas municipais pela equipe da nova prefeita, impediam o início das aulas.
Bastou uma semana para que
surgissem protestos. No dia 13,
moradores do Tremembé (zona
norte) ergueram barreiras impedindo o trânsito das avenidas Penha Brasil e Imirim.
Na época, o Movimento dos
Sem-Terra Leste 1, que reunia
5.000 famílias, invadiu a fazenda
da Juta, em Sapopemba (zona leste), e deu uma semana de prazo
para a prefeitura resolver o problema dos desabrigados.
No dia seguinte (14 de fevereiro), Erundina visitou as famílias
desabrigadas, cerca de 500.
No dia 18, o início das aulas teve
de ser adiado. Além das duas escolas que abrigavam famílias vítimas das enchentes, havia outra,
em São Mateus (zona leste), cujo
solo foi afundado pelas águas. O
então secretário da Educação,
Paulo Freire, afirmou que 46 escolas estavam comprometidas.
Dia 20, parte de um morro deslizou, interditando a marginal Pinheiros por uma semana. Duas
pessoas foram feridas levemente.
No dia 25, moradores da zona
norte voltaram a interditar avenidas. Dessa vez, foi a Inajar de Souza, na Vila Nova Cachoeirinha. O
motivo eram os 23 casos de leptospirose registrados na região.
Os pais dos alunos das escolas
ocupadas pelos desabrigados organizaram protestos no dia 9 de
março de 89. Os sem-teto ameaçaram incendiar as escolas.
As águas de março não fecharam o verão daquele ano. Abril foi
ainda pior do que fevereiro em relação às enchentes. Dois temporais alagaram o túnel do Anhangabaú. Um deles, de duas horas,
deixou dois mortos e três feridos.
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