São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2000

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Enchente prejudicou ex-prefeita

DA REPORTAGEM LOCAL
E DO BANCO DE DADOS

O início do mandato de todos os prefeitos coincide com o período das chuvas. As enchentes costumam não só prejudicar os paulistanos mas também o novo prefeito. A ex-prefeita Luiza Erundina (PSB) é um exemplo -ao tomar posse, em janeiro de 89, na época pelo PT, viu-se às voltas com uma das piores temporadas de chuvas da década.
Logo no dia 25 de janeiro daquele ano, um forte temporal alagou toda a cidade. Na marginal Tietê, a situação foi pior. Além de a via ter sido inundada, um curto-circuito no Anhembi, que abrigava a 37ª Fenit (Feira Nacional da Indústria Têxtil), provocou um início de incêndio nos estandes. O local estava lotado de visitantes.
No dia 4 de fevereiro, 45 famílias desabrigadas pelas enchentes, instaladas em duas escolas municipais pela equipe da nova prefeita, impediam o início das aulas.
Bastou uma semana para que surgissem protestos. No dia 13, moradores do Tremembé (zona norte) ergueram barreiras impedindo o trânsito das avenidas Penha Brasil e Imirim.
Na época, o Movimento dos Sem-Terra Leste 1, que reunia 5.000 famílias, invadiu a fazenda da Juta, em Sapopemba (zona leste), e deu uma semana de prazo para a prefeitura resolver o problema dos desabrigados.
No dia seguinte (14 de fevereiro), Erundina visitou as famílias desabrigadas, cerca de 500.
No dia 18, o início das aulas teve de ser adiado. Além das duas escolas que abrigavam famílias vítimas das enchentes, havia outra, em São Mateus (zona leste), cujo solo foi afundado pelas águas. O então secretário da Educação, Paulo Freire, afirmou que 46 escolas estavam comprometidas.
Dia 20, parte de um morro deslizou, interditando a marginal Pinheiros por uma semana. Duas pessoas foram feridas levemente.
No dia 25, moradores da zona norte voltaram a interditar avenidas. Dessa vez, foi a Inajar de Souza, na Vila Nova Cachoeirinha. O motivo eram os 23 casos de leptospirose registrados na região.
Os pais dos alunos das escolas ocupadas pelos desabrigados organizaram protestos no dia 9 de março de 89. Os sem-teto ameaçaram incendiar as escolas.
As águas de março não fecharam o verão daquele ano. Abril foi ainda pior do que fevereiro em relação às enchentes. Dois temporais alagaram o túnel do Anhangabaú. Um deles, de duas horas, deixou dois mortos e três feridos.


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