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SAÚDE
Hospital São Paulo reduz atendimento em 75%
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
Um dos maiores prontos-socorros do país, o do Hospital São
Paulo, deve reduzir de 1.200 para
cerca de 300 o número de pacientes atendidos por dia. A direção
do hospital, que pertence à Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), diz que as urgências serão atendidas e que a prioridade
será dada aos pacientes internados, mas que os outros serão redirecionados para a rede.
"Precisamos de R$ 11 milhões
que constam de emendas aprovadas no Ministério da Saúde para
pagarmos 13º e a fornecedores",
diz José Roberto Ferraro, diretor-superintendente do hospital. A
instituição teria déficit de R$ 2 milhões mensais, acumulando dívida de R$ 60 milhões. Para ele, os
45 hospitais universitários subordinados ao MEC estão nessa situação, limitando atendimentos.
Para Amâncio P. de Carvalho,
presidente da Abrahue (Associação Brasileira de Hospitais Universitários e Entidades de Ensino), a crise ocorre por "falta de
decisão política". Os ministérios
da Saúde e da Educação disseram
não ter dívida com hospitais universitários. Segundo Carvalho, os
problemas estão na insuficiência
dos recursos pagos aos hospitais e
na falta de reposição de vagas.
Estudo feito pelas universidades
constatou que a tabela do SUS cobre de 15% a 40% dos custos dos
procedimentos. Além disso, ao
longo dos anos foram contratados 22 mil funcionários terceirizados para repor o déficit de pessoal. Essas contratações consomem cerca de 36% dos recursos
do SUS destinados aos hospitais.
O Hospital do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acumula uma dívida
de R$ 5,2 milhões com fornecedores e acabou de fechar 30 leitos.
Em Belo Horizonte, o Hospital
das Clínicas terá de suspender o
atendimento a casos "graves", caso Estado e União não repassem
R$ 1,8 milhão, segundo o diretor
Ricardo Castanheiras Pimenta. A
diretoria tem pleiteado verbas ao
Ministério da Saúde, ao MEC e ao
Estado. Todas as partes já fizeram
acordos, mas a verba não foi liberada. Mensalmente, o Estado deveria repassar R$ 200 mil ao HC.
Mas o hospital só recebeu R$ 450
mil do R$ 1,1 milhão previsto até
agora. A Secretaria de Estado da
Saúde reconhece o atraso, mas diz
que o repasse é feito à medida que
há dinheiro em caixa.
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