São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 2002

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SAÚDE

Hospital São Paulo reduz atendimento em 75%

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

Um dos maiores prontos-socorros do país, o do Hospital São Paulo, deve reduzir de 1.200 para cerca de 300 o número de pacientes atendidos por dia. A direção do hospital, que pertence à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que as urgências serão atendidas e que a prioridade será dada aos pacientes internados, mas que os outros serão redirecionados para a rede.
"Precisamos de R$ 11 milhões que constam de emendas aprovadas no Ministério da Saúde para pagarmos 13º e a fornecedores", diz José Roberto Ferraro, diretor-superintendente do hospital. A instituição teria déficit de R$ 2 milhões mensais, acumulando dívida de R$ 60 milhões. Para ele, os 45 hospitais universitários subordinados ao MEC estão nessa situação, limitando atendimentos.
Para Amâncio P. de Carvalho, presidente da Abrahue (Associação Brasileira de Hospitais Universitários e Entidades de Ensino), a crise ocorre por "falta de decisão política". Os ministérios da Saúde e da Educação disseram não ter dívida com hospitais universitários. Segundo Carvalho, os problemas estão na insuficiência dos recursos pagos aos hospitais e na falta de reposição de vagas.
Estudo feito pelas universidades constatou que a tabela do SUS cobre de 15% a 40% dos custos dos procedimentos. Além disso, ao longo dos anos foram contratados 22 mil funcionários terceirizados para repor o déficit de pessoal. Essas contratações consomem cerca de 36% dos recursos do SUS destinados aos hospitais.
O Hospital do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acumula uma dívida de R$ 5,2 milhões com fornecedores e acabou de fechar 30 leitos.
Em Belo Horizonte, o Hospital das Clínicas terá de suspender o atendimento a casos "graves", caso Estado e União não repassem R$ 1,8 milhão, segundo o diretor Ricardo Castanheiras Pimenta. A diretoria tem pleiteado verbas ao Ministério da Saúde, ao MEC e ao Estado. Todas as partes já fizeram acordos, mas a verba não foi liberada. Mensalmente, o Estado deveria repassar R$ 200 mil ao HC. Mas o hospital só recebeu R$ 450 mil do R$ 1,1 milhão previsto até agora. A Secretaria de Estado da Saúde reconhece o atraso, mas diz que o repasse é feito à medida que há dinheiro em caixa.


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