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Jovens de classe média agridem 4 na av. Paulista
Polícia investiga 3 ataques; vítimas foram para hospital e depois liberadas
Advogados e parentes dos rapazes dizem haver exagero da polícia e que caso foi uma "confusão que virou agressão"
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
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Rapaz acusado de agredir jovens na av. Paulista, ontem
DE SÃO PAULO
Um grupo de cinco jovens
de classe média, colegas de
um colégio particular da capital, foi preso ontem acusado de promover uma série de
ataques, sem motivo aparente, a quatro pessoas que estavam pela região da Paulista.
Em dois desses ataques a
polícia diz haver indícios de
motivação homofóbica. As
agressões eram feitas com
chutes, socos e até com bastões de luz branca. Duas das
vítimas foram socorridas em
hospitais da região. Os agressores foram reconhecidos.
Advogados e parentes dos
cinco jovens, quatro deles
adolescentes de 16 e 17 anos,
dizem haver um exagero por
parte da polícia e o que houve foi apenas "uma confusão
que acabou em agressão".
"Eles podem não ser vítimas,
mas não são algozes assim",
disse o advogado Orlando
Machado Júnior, defensor de
um adolescentes de 16 anos.
Dois dos ataques ocorreram por volta das 6h30 próximo à estação Brigadeiro do
Metrô, na av. Paulista. Os jovens, segundo a família e advogados, voltavam de ônibus
de uma festa em Moema.
De acordo com as vítimas
Otávio Dib Partezani, 19, e
Rodrigo Souza Ramos, 20,
eles estavam próximos a um
ponto de táxi quando viram o
grupo caminhar na direção
de ambos, mas sem demonstrar qualquer agressividade.
Mas quando o grupo chegou próximo aos dois iniciou
os ataques. O grupo dizia, segundo as vítimas, "Suas bichas", "Vocês são namorados!". Rodrigo fugiu para o Metrô, quando Otávio foi
agredido por três rapazes.
Logo após essa agressão, o
quinteto atacou outro jovem,
Luís, 23, que estava com dois
colegas. Ele foi ferido no rosto e na cabeça com lâmpadas
de bastão. Os colegas não foram agredidos, segundo a
polícia. O sobrenome dele foi
preservado a pedido dele.
Testemunhas que viram as
agressões chamaram a PM e
os jovens foram levados para
o 5º DP (na Aclimação).
Por volta das 13h, quando
a ocorrência estava sendo registrada como formação de
quadrilha e lesão corporal
gravíssima, apareceu o lavador de carros Gilberto Felipe
Andrade, 18, dizendo ter sido
vítima de uma agressão. Ele
reconheceu os jovens.
Segundo Andrade, ele foi
agredido por volta das 3h na
av. Brigadeiro Luís Antônio.
Ele disse à Folha que o
grupo seguia atrás dele
quando um dos adolescentes
lhe acertou com um soco na
nuca. Os outros rapazes o
agrediram em seguida.
Os adolescentes apreendidos seriam transferidos para
a Fundação Casa, enquanto
o mais velho, Jonathan Lauton Domingues, seria encaminhado para o Centro de
Detenção Provisória.
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