|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
OUTRO LADO
Pais e advogados negam que rapazes sejam violentos
Parentes afirmam que agressões contra jovens não têm relação com homofobia e que filhos apenas se defenderam
DE SÃO PAULO
Familiares e advogados
dos cinco jovens apreendidos ontem afirmam que eles
não são violentos, não fazem
academia ou praticam artes
marciais e, ainda, nem têm
estrutura física para quererem "ser valentões".
"O maior deles tem 1,70 m
de altura", disse o advogado
Orlando Machado Júnior.
"Estão todos chorando lá
dentro [da delegacia]", disse.
Parentes também afirmam
que as agressões contra os
outros jovens não têm nenhuma conotação homofóbica. Para o advogado, todo o
problema ocorreu porque os
jovens foram "flertados" pelos dois jovens quando desceram do ônibus. Eles não teriam gostado do assédio e houve uma discussão, mas
sem agressão.
Eles seguiam pela Paulista
quando um amigo da primeira dupla partiu para a briga e,
aí sim, houve agressão. Machado Júnior diz que o bastão
de luz estava caído na rua e
foi utilizado por um dos adolescentes para se defender.
Três pais dos rapazes ouvidos pela Folha também vão
na mesma direção. Dizem
que tudo se tratou de uma
briga de jovens que bateram
e apanharam também. "Hoje, às 11h07, o escrivão me ligou e disse que ele estava detido. Me faltaram as pernas.
Ele estava trancafiado como
bandido e começou a chorar
quando me viu. Disse: "Pai,
eu ia apanhar?'", disse o pai
de um dos menores.
O homem diz que o filho é
um "sujeito da paz". "Posso
garantir que não é homofóbico, ele convive com homossexual desde criança, meus
dois filhos foram criados para não terem preconceito."
Ele disse que o filho ficará
de castigo e que terá de pagar, se tiver brigado mesmo.
A mãe de um dos meninos
de 16 anos disse estar muito
abatida e que estava surpresa com tudo isso: "Nunca fui
chamada nem na escola",
afirmou ela.
Outro pai de um dos meninos, que também não se
identificou, disse que seu filho está ferido, nos olhos e no
braço, e que todos se feriram
durante a briga.
Sobre a agressão contra o
lavador de carros, Gilberto
Felipe Andrade, 18, os advogados negaram que os jovens
tenham se envolvido nesse
episódio e que o rapaz está
mentindo. Isso porque, segundo eles, os jovens ficaram
na festa em Moema até por
volta das 6h -o que pode ser
comprovado pelas câmeras
do local.
(ROGÉRIO PAGNAN e CRISTINA MORENO DE CASTRO)
Texto Anterior: Jovens de classe média agridem 4 na av. Paulista Próximo Texto: "Violência é exibicionismo", diz especialista Índice | Comunicar Erros
|