São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2010

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OUTRO LADO

Pais e advogados negam que rapazes sejam violentos

Parentes afirmam que agressões contra jovens não têm relação com homofobia e que filhos apenas se defenderam

DE SÃO PAULO

Familiares e advogados dos cinco jovens apreendidos ontem afirmam que eles não são violentos, não fazem academia ou praticam artes marciais e, ainda, nem têm estrutura física para quererem "ser valentões".
"O maior deles tem 1,70 m de altura", disse o advogado Orlando Machado Júnior. "Estão todos chorando lá dentro [da delegacia]", disse.
Parentes também afirmam que as agressões contra os outros jovens não têm nenhuma conotação homofóbica. Para o advogado, todo o problema ocorreu porque os jovens foram "flertados" pelos dois jovens quando desceram do ônibus. Eles não teriam gostado do assédio e houve uma discussão, mas sem agressão.
Eles seguiam pela Paulista quando um amigo da primeira dupla partiu para a briga e, aí sim, houve agressão. Machado Júnior diz que o bastão de luz estava caído na rua e foi utilizado por um dos adolescentes para se defender.
Três pais dos rapazes ouvidos pela Folha também vão na mesma direção. Dizem que tudo se tratou de uma briga de jovens que bateram e apanharam também. "Hoje, às 11h07, o escrivão me ligou e disse que ele estava detido. Me faltaram as pernas. Ele estava trancafiado como bandido e começou a chorar quando me viu. Disse: "Pai, eu ia apanhar?'", disse o pai de um dos menores.
O homem diz que o filho é um "sujeito da paz". "Posso garantir que não é homofóbico, ele convive com homossexual desde criança, meus dois filhos foram criados para não terem preconceito."
Ele disse que o filho ficará de castigo e que terá de pagar, se tiver brigado mesmo.
A mãe de um dos meninos de 16 anos disse estar muito abatida e que estava surpresa com tudo isso: "Nunca fui chamada nem na escola", afirmou ela.
Outro pai de um dos meninos, que também não se identificou, disse que seu filho está ferido, nos olhos e no braço, e que todos se feriram durante a briga.
Sobre a agressão contra o lavador de carros, Gilberto Felipe Andrade, 18, os advogados negaram que os jovens tenham se envolvido nesse episódio e que o rapaz está mentindo. Isso porque, segundo eles, os jovens ficaram na festa em Moema até por volta das 6h -o que pode ser comprovado pelas câmeras do local. (ROGÉRIO PAGNAN e CRISTINA MORENO DE CASTRO)


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