São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

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Polícia flagra acordo que não foi cumprido

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA E GOIÂNIA

Um advogado entra em um restaurante de Brasília e liga para um celular do assessor do deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE). ""Sabem quem está aqui?", pergunta. ""Aqueles f.d.p. estão todos aqui reunidos", continua, citando o nome de cada um dos magistrados ali reunidos.
A raiva tinha um motivo: um dos magistrados pré-acertados havia deixado de votar conforme prometera para a concessão de habeas corpus para a quadrilha de Leonardo Dias Mendonça.
A cena descrita acima foi mostrada pela PF a integrantes do Judiciário em Brasília quando da remessa dos documentos da investigação para a Procuradoria Geral da República.
A Folha apurou que a concessão do habeas corpus prometido deu errado porque na hora da votação, preocupado com a chance de soltura do traficante, um procurador foi conversar com o magistrado, que teria ficado com receio de votar a favor do criminoso.
Ninguém sabe ao certo se houve ou não pagamento nesse caso. Os desembargadores Eustáquio Silveira e Fernando Tourinho Neto, ambos do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, citados no relatório da polícia por causa de menções em escutas, negam envolvimento com a negociação de sentenças. O ministro do Superior Tribunal de Justiça Vicente Leal de Araújo afirmou que agiu de acordo com a lei.


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