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AGENDA DA TRANSIÇÃO
O artista plástico Emanoel Araujo foi um dos 4 novos secretários apresentados ontem por Serra
Titular da Cultura apoiou Marta na eleição
FABIO CYPRIANO
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O artista plástico Emanoel
Araujo, anunciado ontem pelo
prefeito eleito de São Paulo, José
Serra (PSDB), para a Secretaria
Municipal da Cultura, apoiou
Marta Suplicy (PT) na última
campanha eleitoral.
Seu nome constou de uma lista
de intelectuais e artistas em defesa
da reeleição da atual prefeita, publicada em anúncio nos jornais às
vésperas do segundo turno. Dizia
o manifesto: "Esta obra precisa
continuar. Para o bem de São
Paulo, Marta fica!".
"Eu não só assinei a lista, como
fiz um jantar de apoio a ela em minha casa, sou agradecido por ela
ter criado o Museu Afro-Brasil",
disse Araujo, 63, ontem à Folha.
Araújo foi um dos quatro nomes anunciados por Serra ontem
para compor seu primeiro escalão. Também foram apresentados
os futuros titulares de Esportes (o
deputado estadual Marquinho
Tortorello, do PPS), do Trabalho
(Gilmar Vianna, do PDT, antecipado pela Folha na última segunda), e da Assistência Social (Floriano Pesaro, conforme antecipou a coluna Painel da Folha).
Esta última pasta terá o nome
alterado para Desenvolvimento
Social e comandará o Renda Mínima, principal programa social
da prefeitura, que deixará a secretaria do Trabalho.
Araujo fez elogios à gestão de
Celso Frateschi, secretário da Cultura de Marta, a quem chamou de
"grande amigo". Ele também já
criticou a atual secretária da Cultura do governo Geraldo Alckmin
(PSDB), Cláudia Costin, que decidiu não levar adiante o projeto do
Museu do Imaginário, desenvolvido pelo artista plástico.
Ontem, após o anúncio, o novo
secretário voltou a falar que Cláudia Costin "não aceitou o desafio,
talvez por um desconhecimento
maior [do projeto]". Na Secretaria do Estado Cultura, segundo a
Folha apurou, os funcionários demonstraram-se irritados com a
escolha de Araujo por sua aproximação com o PT.
O Museu Afro-Brasil, citado pelo futuro secretário, foi criado pela prefeitura em outubro a partir
de sua coleção particular, com
cerca de 1.100 peças, que foram
cedidas em comodato à Secretaria
Municipal da Cultura.
Segundo Serra, Araujo foi sugerido por José Henrique Reis Lobo,
presidente da Fundação Memorial da América Latina.
Procurada pela Folha, Cláudia
Costin preferiu manifestar-se por
e-mail: "Não tomei conhecimento das declarações, mas tenho
grande admiração pelo Emanoel
Araujo, que poderá vir a contribuir muito com os esforços que
todos nós fazemos em prol da cultura no Estado de São Paulo".
Brancaleone
Futuro titular do Desenvolvimento Social e atual secretário-adjunto da Casa Civil do Estado,
Pesaro foi alvo de brincadeiras do
prefeito eleito ontem. "Ele [Pesaro] estava preocupado que iria assumir muita responsabilidade.
Pois quero dizer a ele que multiplique a preocupação, pois é muita responsabilidade mesmo."
O prefeito eleito lembrou da
participação de Pesaro em sua
primeira campanha à prefeitura
paulistana, em 1988. "Ele tem um
pouco de mentalidade Brancaleone, pois aquela campanha foi o
exército de Brancaleone. Ele era
um dos integrantes da equipe do
Brancaleone, que era eu", afirmou Serra, referindo-se ao filme
"O Incrível Exército de Brancaleone", de Mario Monicelli.
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