São Paulo, quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

Próximo Texto | Índice

AGENDA DA TRANSIÇÃO

O artista plástico Emanoel Araujo foi um dos 4 novos secretários apresentados ontem por Serra

Titular da Cultura apoiou Marta na eleição

FABIO CYPRIANO
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O artista plástico Emanoel Araujo, anunciado ontem pelo prefeito eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), para a Secretaria Municipal da Cultura, apoiou Marta Suplicy (PT) na última campanha eleitoral.
Seu nome constou de uma lista de intelectuais e artistas em defesa da reeleição da atual prefeita, publicada em anúncio nos jornais às vésperas do segundo turno. Dizia o manifesto: "Esta obra precisa continuar. Para o bem de São Paulo, Marta fica!".
"Eu não só assinei a lista, como fiz um jantar de apoio a ela em minha casa, sou agradecido por ela ter criado o Museu Afro-Brasil", disse Araujo, 63, ontem à Folha.
Araújo foi um dos quatro nomes anunciados por Serra ontem para compor seu primeiro escalão. Também foram apresentados os futuros titulares de Esportes (o deputado estadual Marquinho Tortorello, do PPS), do Trabalho (Gilmar Vianna, do PDT, antecipado pela Folha na última segunda), e da Assistência Social (Floriano Pesaro, conforme antecipou a coluna Painel da Folha).
Esta última pasta terá o nome alterado para Desenvolvimento Social e comandará o Renda Mínima, principal programa social da prefeitura, que deixará a secretaria do Trabalho.
Araujo fez elogios à gestão de Celso Frateschi, secretário da Cultura de Marta, a quem chamou de "grande amigo". Ele também já criticou a atual secretária da Cultura do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Cláudia Costin, que decidiu não levar adiante o projeto do Museu do Imaginário, desenvolvido pelo artista plástico.
Ontem, após o anúncio, o novo secretário voltou a falar que Cláudia Costin "não aceitou o desafio, talvez por um desconhecimento maior [do projeto]". Na Secretaria do Estado Cultura, segundo a Folha apurou, os funcionários demonstraram-se irritados com a escolha de Araujo por sua aproximação com o PT.
O Museu Afro-Brasil, citado pelo futuro secretário, foi criado pela prefeitura em outubro a partir de sua coleção particular, com cerca de 1.100 peças, que foram cedidas em comodato à Secretaria Municipal da Cultura.
Segundo Serra, Araujo foi sugerido por José Henrique Reis Lobo, presidente da Fundação Memorial da América Latina.
Procurada pela Folha, Cláudia Costin preferiu manifestar-se por e-mail: "Não tomei conhecimento das declarações, mas tenho grande admiração pelo Emanoel Araujo, que poderá vir a contribuir muito com os esforços que todos nós fazemos em prol da cultura no Estado de São Paulo".

Brancaleone
Futuro titular do Desenvolvimento Social e atual secretário-adjunto da Casa Civil do Estado, Pesaro foi alvo de brincadeiras do prefeito eleito ontem. "Ele [Pesaro] estava preocupado que iria assumir muita responsabilidade. Pois quero dizer a ele que multiplique a preocupação, pois é muita responsabilidade mesmo."
O prefeito eleito lembrou da participação de Pesaro em sua primeira campanha à prefeitura paulistana, em 1988. "Ele tem um pouco de mentalidade Brancaleone, pois aquela campanha foi o exército de Brancaleone. Ele era um dos integrantes da equipe do Brancaleone, que era eu", afirmou Serra, referindo-se ao filme "O Incrível Exército de Brancaleone", de Mario Monicelli.


Próximo Texto: "Tenho mais é que agradecê-la"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.