São Paulo, quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

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"Tenho mais é que agradecê-la"

DA REPORTAGEM LOCAL

Após ser anunciado por José Serra como secretário da Cultura, Emanoel Araujo partiu para o aeroporto de Congonhas a fim de tomar um avião para Curitiba (PR), onde estava no último fim de semana, quando foi convidado para o cargo. Lá, no Museu Oscar Niemeyer, prepara uma exposição do artista Francisco Brennand, que será inaugurada na próxima terça.
Por celular, a caminho do aeroporto, Araujo falou à Folha sobre seus planos para a secretaria e o apoio a Marta e elogiou a gestão petista na área da cultura. (FCY)
 

Folha - O sr. votou na Marta?
Emanoel Araujo -
Ah, o voto é secreto...

Folha - Mas o sr. já foi escolhido para ser secretário...
Araujo -
Olha, é público que eu apoiei a Marta em um manifesto e também ofereci a ela um jantar em minha casa. Fiz isso pelo fato de ela ter viabilizado o Museu Afro-Brasil e porque se tornou uma amiga afetiva. Fui convidado por ela para ser o secretário da Cultura, mas não aceitei porque estava na Pinacoteca, e creio que ela ficou agradecida por eu nunca ter revelado isso. Ela lutou bravamente para dar o espaço [pavilhão Manoel da Nóbrega, no parque Ibirapuera], que era disputado por muita gente e acabou para um museu de uma minoria, que nunca teve espaço. A uma pessoa como ela, que aceitou esse desafio, tenho mais é que agradecer.

Folha - E o que o levou a aceitar agora o cargo?
Araujo -
Acho um desafio, tenho esperança de que possa fazer algo, e o [José] Serra também tem essa vontade. Acho que o Celso Frateschi [atual secretário] foi um bom secretário da Cultura. O Serra também acha que ele realizou uma boa gestão. Será uma transmissão de cargo festiva.

Folha - O Serra lhe fez algum pedido específico?
Araujo -
Sou um trabalhador. É de meu interesse que haja intimidade. Foi assim com o [Mário] Covas, com o [Geraldo] Alckmin. Envolvimento é fundamental.

Folha - O sr. vai acumular o cargo com a direção do Museu Afro-Brasileiro?
Araujo -
Gostaria de ter um pouco mais de tempo lá e, depois, vamos ver. Creio que a secretaria vai me ocupar muito. Mas vou deixar meus olhos sempre por perto do museu, pois é lá que está o meu coração.


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