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"Tenho mais é que agradecê-la"
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ser anunciado por José
Serra como secretário da Cultura,
Emanoel Araujo partiu para o aeroporto de Congonhas a fim de
tomar um avião para Curitiba
(PR), onde estava no último fim
de semana, quando foi convidado
para o cargo. Lá, no Museu Oscar
Niemeyer, prepara uma exposição do artista Francisco Brennand, que será inaugurada na
próxima terça.
Por celular, a caminho do aeroporto, Araujo falou à Folha sobre
seus planos para a secretaria e o
apoio a Marta e elogiou a gestão
petista na área da cultura.
(FCY)
Folha - O sr. votou na Marta?
Emanoel Araujo - Ah, o voto é secreto...
Folha - Mas o sr. já foi escolhido
para ser secretário...
Araujo - Olha, é público que eu
apoiei a Marta em um manifesto e
também ofereci a ela um jantar
em minha casa. Fiz isso pelo fato
de ela ter viabilizado o Museu
Afro-Brasil e porque se tornou
uma amiga afetiva. Fui convidado
por ela para ser o secretário da
Cultura, mas não aceitei porque
estava na Pinacoteca, e creio que
ela ficou agradecida por eu nunca
ter revelado isso. Ela lutou bravamente para dar o espaço [pavilhão Manoel da Nóbrega, no parque Ibirapuera], que era disputado por muita gente e acabou para
um museu de uma minoria, que
nunca teve espaço. A uma pessoa
como ela, que aceitou esse desafio, tenho mais é que agradecer.
Folha - E o que o levou a aceitar
agora o cargo?
Araujo - Acho um desafio, tenho
esperança de que possa fazer algo,
e o [José] Serra também tem essa
vontade. Acho que o Celso Frateschi [atual secretário] foi um bom
secretário da Cultura. O Serra
também acha que ele realizou
uma boa gestão. Será uma transmissão de cargo festiva.
Folha - O Serra lhe fez algum pedido específico?
Araujo - Sou um trabalhador. É
de meu interesse que haja intimidade. Foi assim com o [Mário]
Covas, com o [Geraldo] Alckmin.
Envolvimento é fundamental.
Folha - O sr. vai acumular o cargo
com a direção do Museu Afro-Brasileiro?
Araujo - Gostaria de ter um pouco mais de tempo lá e, depois, vamos ver. Creio que a secretaria vai
me ocupar muito. Mas vou deixar
meus olhos sempre por perto do
museu, pois é lá que está o meu
coração.
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